João Paes
RedatorEscreve sobre tecnologia, games e cultura pop há mais de 10 anos, tendo se interessado por tudo isso desde que abriu o primeiro computador (há muito mais de 10 anos).
O litoral paulista está prestes a ganhar uma das obras mais ambiciosas da história do Brasil. O túnel submerso Santos-Guarujá, que deve começar a sair do papel nos próximos anos, promete encurtar drasticamente o tempo de travessia entre as duas cidades: o trajeto, que hoje pode levar até uma hora nas filas das balsas, passará a durar cerca de dois minutos.
Mais do que um marco de mobilidade, o túnel deve movimentar a economia local. O governo do Estado de São Paulo estima a geração de aproximadamente 9 mil empregos diretos e indiretos durante a fase de construção — um reforço importante para a região da Baixada Santista, que há décadas espera por uma solução definitiva para o problema de deslocamento entre Santos e Guarujá.
A estrutura vai combinar tecnologia, segurança e integração urbana. Segundo informações oficiais, o projeto inclui sistemas de monitoramento 24 horas, ventilação e evacuação automatizadas, além de um centro de controle de tráfego conectado a órgãos de emergência e segurança pública. O objetivo é garantir uma operação eficiente e uma resposta imediata em caso de incidentes, trazendo padrões de segurança semelhantes aos de túneis europeus.
Um túnel, várias formas de atravessá-lo
O projeto não é voltado apenas para veículos motorizados, no entanto. O desenho do túnel prevê uma ciclovia e passagens de pedestres, incentivando deslocamentos sustentáveis e curtos entre as duas cidades. Isso também amplia o acesso a serviços e oportunidades em ambas as margens, criando novas possibilidades de integração com o sistema de transporte coletivo existente, como o VLT da Baixada Santista, e com futuras expansões previstas para a região.
O leilão da concessão do túnel definirá a empresa ou consórcio responsável pela construção e operação da estrutura. Essa etapa é considerada decisiva para tirar o projeto do papel, que já passou por diversas revisões técnicas e ambientais.
Além de encurtar distâncias, o túnel submerso Santos-Guarujá representa um salto tecnológico inédito no país. A construção será feita com blocos pré-moldados submersos, técnica utilizada em projetos de referência ao redor do mundo — como na Dinamarca e na Coreia do Sul —, adaptada às condições geográficas do litoral brasileiro.
Quando estiver pronto, o túnel deve se tornar não apenas um novo símbolo da engenharia nacional, mas também um exemplo de como inovação, segurança e sustentabilidade podem literalmente se encontrar debaixo d’água.
Crédito de imagens: Governo de SP.
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