O Brasil está prestes a dar um passo importante no setor aeroespacial. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o primeiro lançamento comercial de um foguete no país deve acontecer entre outubro e novembro deste ano, diretamente da Base de Alcântara, no Maranhão. O protagonista dessa missão será o HANBIT-Nano, um veículo orbital desenvolvido pela startup sul-coreana Innospace, projetado para colocar pequenos satélites em órbita.
A janela de lançamento, que vai de 13 de outubro a 7 de novembro, foi aprovada pela Agência Espacial Brasileira (AEB) em maio, marcando a primeira vez que um foguete comercial de fato deixará o solo brasileiro rumo ao espaço. “O lançamento em Alcântara representa um marco importante nas nossas campanhas espaciais”, declarou a Innospace, destacando a parceria entre os dois países e a meta de tornar o transporte espacial mais acessível.
Essa não será a primeira visita da Innospace ao Brasil. Em 2023, a empresa realizou um lançamento experimental do foguete HANBIT-TLV na mesma base, como parte dos preparativos para iniciar operações comerciais regulares a partir de 2025. Tudo isso foi viabilizado graças ao Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) assinado pelo governo brasileiro em 2019, que abriu as portas do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) para empresas privadas internacionais.

O documento também garante proteção mútua sobre tecnologias sensíveis — tanto brasileiras quanto estrangeiras — e permite que países como os Estados Unidos utilizem a base para lançar satélites, mantendo Alcântara sob jurisdição nacional. Desde então, quatro empresas foram habilitadas para operar no local, incluindo a própria Innospace.
Com 21,8 metros de comprimento e 1,4 metro de diâmetro, o HANBIT-Nano é um foguete de dois estágios capaz de transportar cargas de até 90 quilos para órbitas de 500 km de altitude. Ele combina um motor híbrido de 25 toneladas de empuxo no primeiro estágio — que utiliza parafina sólida e oxigênio líquido — com um segundo estágio configurável, adaptável às necessidades de cada missão.
Se tudo correr como planejado, o lançamento pode representar não apenas uma conquista para o programa espacial brasileiro, mas também um novo capítulo para o país no mercado global de transporte orbital. E, desta vez, o espaço parece realmente mais perto de Alcântara do que nunca.
Crédito de imagem: Xataka Brasil, Daniel Marenco.
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