Em um momento em que milhões de usuários se preparam para o fim do suporte oficial do Windows 10, uma nova alternativa chamou a atenção dos usuários mais geeks: AnduinOS, uma distribuição Linux especificamente desenhada para emular o visual do Windows 11. O mais curioso é que seu criador não é um ativista do software livre nem uma startup, mas sim um engenheiro da Microsoft que mantém o projeto de forma individual.
O que é o AnduinOS?
AnduinOS (nada a ver com o chip Arduino) é uma distribuição Linux baseada no Ubuntu, criada por Anduin Xue, um engenheiro de software chinês que trabalha na Microsoft (embora não no desenvolvimento do Windows). A versão mais recente, AnduinOS 1.3, é baseada no Ubuntu 25.04 e foi lançada em maio de 2025. Este sistema operacional não pretende revolucionar o ecossistema Linux nem nada do tipo, mas sua proposta estética e simplicidade despertaram interesse.
Diferentemente de outras distribuições, que substituem completamente o ambiente de desktop do Ubuntu, o AnduinOS modifica sutilmente o GNOME, o ambiente padrão, por meio de uma cuidadosa seleção de extensões e temas. O resultado é um sistema que tem aparência e comportamento semelhantes ao Windows 11, desde o menu Iniciar (centralizado, é claro) até os ícones, passando pelo papel de parede e pela organização das janelas.
Simplicidade, desempenho e acessibilidade
Um dos principais atrativos do AnduinOS é sua leveza: enquanto a versão completa do Ubuntu GNOME pode ultrapassar 6 GB de download, o AnduinOS ocupa apenas cerca de 2 GB. Após a instalação, ele requer cerca de 6,9 GB de espaço em disco e 1,3 GB de RAM na inicialização, o que o torna adequado até mesmo para computadores antigos que não conseguem rodar o Windows 11.
Além disso, elimina o polêmico formato de pacotes Snap da Canonical (o formato oficial do Ubuntu) e o substitui pelo Flatpak, acompanhado da loja de aplicativos GNOME configurada exclusivamente para exibir apps nesse formato. No entanto, o sistema não vem com uma suíte estilo Office, nem cliente de e-mail e nem aplicativos de mensagens pré-instalados, seguindo a abordagem de instalação mínima que já havia sido adotada pelo Ubuntu desde sua versão 23.10.
Por que um engenheiro da Microsoft?
A revelação de que o criador do AnduinOS trabalha para a Microsoft surpreendeu muita gente. Em uma publicação recente em seu blog, Anduin Xue explicou que o projeto surgiu por uma necessidade pessoal: ele queria uma distribuição Linux que fosse confortável, leve e visualmente familiar. Ele deixou claro que não tem planos de monetizar o projeto (nem sequer aceita doações atualmente): simplesmente o mantém como um hobby, dedicando apenas algumas horas por mês.
Vale destacar que, em seu blog, ele também abordou as preocupações sobre sua nacionalidade chinesa e a possível inclusão de backdoors no AnduinOS, afirmando que o código-fonte é público e que seria “irracional e facilmente detectável” inserir malware.
Uma comunidade emergente e boas práticas
Apesar de ser um projeto individual, o AnduinOS se destaca por sua documentação completa e por um histórico de versões bem definido, algo pouco comum em projetos desse tipo. Além disso, seu criador já traçou um roteiro: a futura versão 1.5 será uma versão LTS baseada no Ubuntu 26.04, o que oferecerá suporte de longo prazo aos seus usuários.
Diante de alternativas como o Zorin OS, que também busca atrair usuários do Windows, o AnduinOS aposta na simplicidade e no uso de ferramentas padrão e conhecidas. A decisão de não sobrecarregar o sistema com softwares adicionais dá ao usuário maior controle sobre o que instalar e como personalizar seu sistema.
Com o fim do suporte ao Windows 10 programado para outubro de 2025, muitos computadores ficarão sem uma opção oficial de atualização para o Windows 11. Nesse contexto, soluções como o AnduinOS oferecem um caminho de transição suave para o Linux, sem abrir mão de uma interface familiar para o usuário comum.
Imagem | AnduinOS
Este texto foi traduzido/adaptado do site GenBeta.
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