Tendências do dia

36 anos após o lançamento das CPUs 486, o criador do Linux joga a toalha: "Não faz sentido manter uma arquitetura obsoleta"

O sistema operacional deixará de ser compatível com os processadores 486, frustrando os devotos do retrô

Linux vai enfim deixar de ter suporte às CPUs 486 / Imagem: eBay
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
victor-bianchin

Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Se falarmos de inovação tecnológica do ponto de vista experimental, uma das primeiras ferramentas que vem à cabeça é o Linux. Graças aos devotos do sistema operacional, já vimos não apenas como ele pode ser executado em uma planilha do Excel, mas também como é capaz de funcionar em um PDF. Surpreendentemente, o Linux está prestes a deixar para trás um de seus marcos históricos, já que o núcleo do sistema operacional abandonou a compatibilidade com as CPUs 486.

Se esse nome não lhe soa familiar, não se preocupe: é totalmente compreensível. Há 18 anos, quando foi fabricada a última CPU 486, ela já era um equipamento em desuso, razão pela qual estamos falando de um processador que ficou para trás há quase duas décadas. Linus Torvalds, criador do Linux e um dos maiores defensores de sua comunidade, afirmou que não faz sentido continuar dedicando esforços para manter o suporte a uma arquitetura obsoleta. Por isso, a versão 6.15 do kernel trará mudanças que exigem recursos ausentes no 486 (como, por exemplo, TSC e CX8).

Linux se despede de uma CPU histórica

Como destaca o Ars Technica, essa decisão busca liberar os desenvolvedores de precisar trabalhar em emulação e soluções antiquadas. Apesar disso, os usuários de sistemas 486 ainda podem utilizar versões antigas do Linux ou sistemas alternativos como o FreeDOS ou ArcaOS. No entanto, alguns sistemas leves como MenuetOS, KolibriOS ou Visopsys não funcionam em 486, pois exigem pelo menos um processador Pentium. Assim, poucos meses depois de criticar o avanço da IA, o criador do Linux volta os holofotes para as CPUs 486.

Uma das principais particularidades dos processadores 486 é sua relação com os sistemas operacionais clássicos. O Windows XP, talvez a versão mais popular dos sistemas operacionais domésticos da Microsoft, chegou a ser executado em processadores desse tipo, mas os especialistas não recomendam conectá-los à internet. Assim, embora a arquitetura 486 tenha estreado há 36 anos e tenha sido fundamental para compreender os primórdios do processamento x86, chegou a hora de dizer adeus. Essa decisão reflete o foco do projeto Linux não apenas em avançar, mas em otimizar seu sistema para hardwares modernos.

Imagem: eBay


Inicio