O mistério do tamanho: ciência descobre por que as sucuris permaneceram gigantes por 12 milhões de anos

Outros répteis colossais do mesmo período foram extintos

Sucuri | Fonte: Getty Images
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
vika-rosa

Vika Rosa

Redatora
vika-rosa

Vika Rosa

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência, cobrindo os mais diversos temas. Apaixonada por ciência, tecnologia e games.


71 publicaciones de Vika Rosa

As sucuris, que estão entre as maiores e mais pesadas serpentes existentes, atingiram seu tamanho máximo há cerca de 12,4 milhões de anos e têm mantido seu porte gigantesco desde então. Esta é a conclusão de um novo estudo liderado pela Universidade de Cambridge, que analisou fósseis de sucuris ancestrais encontradas na América do Sul.

A descoberta é notável porque o gigantismo das sucuris (Eunectes) persistiu mesmo após a extinção de outros répteis colossais do mesmo período, o Mioceno, como o jacaré-açu de 12 metros (Purusaurus) e a tartaruga-gigante de 3,2 metros (Stupendemys).

Medindo a longevidade através dos fósseis

Para comparar os tamanhos antigos e modernos, os pesquisadores examinaram 183 segmentos fossilizados da coluna vertebral, pertencentes a pelo menos 32 sucuris, descobertos na Venezuela. Eles também utilizaram um método de "reconstrução do estado ancestral" (árvore genealógica das serpentes) para corroborar as medições.

A análise revelou que as sucuris ancestrais mediam, em média, de quatro a cinco metros, um tamanho comparável ao das serpentes atuais, que podem chegar a sete metros em casos raros.

Andrés Alfonso-Rojas, autor principal e bolsista Gates Cambridge, resumiu a capacidade da espécie:

“Outras espécies, como crocodilos gigantes e tartarugas gigantes, foram extintas desde o Mioceno... mas as sucuris gigantes sobreviveram — elas são extremamente resistentes. Elas desenvolveram um grande porte corporal logo após surgirem na América do Sul tropical, há cerca de 12,4 milhões de anos, e seu tamanho não mudou desde então.”

Habitat e temperatura

Anteriormente, os cientistas presumiam que as sucuris antigas seriam ainda maiores do que as modernas, já que o Mioceno era um período de temperaturas globais mais elevadas. Essa ideia foi desmistificada. O estudo não encontrou evidências de uma sucuri de sete ou oito metros no Mioceno.

A chave para a sobrevivência das sucuris com seu tamanho atual reside no habitat. Durante o Mioceno, o norte da América do Sul era muito semelhante à Bacia Amazônica atual, o que permitiu que as sucuris ocupassem uma área muito maior. Embora sua distribuição tenha diminuído, ainda existe habitat adequado suficiente (zonas úmidas e grandes rios), juntamente com presas abundantes, como capivaras e peixes, para sustentar seu grande porte.

Inicio