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Justo quando as baterias estavam quebrando todos os recordes, surgiram os smartphones ultrafinos; a China tem uma lição para eles

Se os celulares ultrafinos querem fazer sucesso, eles precisam, sem dúvida, de uma bateria de silício-carbono

celulares extremamente finos precisam mudar a bateria. Imagem: Samsung
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

O Samsung Galaxy S25 Edge acabou de chegar ao mercado. Ele se destaca pelo acabamento premium e pelo design ultrafino, que o diferencia dos outros modelos da linha Galaxy S25. O problema é que milagres não existem. Com menos espaço para os componentes, sobra menos espaço para a bateria.

A única forma de garantir uma boa densidade de bateria em um aparelho mais fino é apostar na tecnologia de silício-carbono — algo que a Samsung não incluiu no Edge. O resultado? Um topo de linha com tela de 6,7 polegadas e apenas 3.900 mAh de capacidade, na contramão do que o mercado vem adotando.

Um dia de uso

Mesmo com a capacidade reduzida, a Samsung promete que o Galaxy S25 Edge aguenta um dia inteiro sem muitos problemas. Mas, considerando que os concorrentes vêm há anos tentando superar essa marca, oferecer apenas um dia de uso intenso já parece pouco para os padrões atuais.

Dispositivos como o Samsung Galaxy S25 Ultra, iPhone 16 Pro Max e praticamente qualquer topo de linha vindo da China conseguem durar dois dias de uso ou, pelo menos, um dia e meio com uso intenso.

Não existe milagre na otimização

Os celulares estão cada vez mais potentes, com processadores de três a quatro nanômetros e anos de avanços para reduzir o consumo de energia em cada componente.

Mas as novas telas superbrilhantes gastam muita energia, o Snapdragon 8 Elite é conhecido por ser bem exigente, e ter um celular que grava em 8K, roda jogos na resolução máxima a 120 Hz e encara qualquer tarefa pesada significa, inevitavelmente, um alto consumo de bateria.

Na contramão

A Realme conseguiu colocar uma bateria de 10.000 mAh em um celular com espessura padrão. A Honor já tem modelos com baterias de 8.000 mAh, e este ano mostrou que a antiga barreira dos 5.000 mAh já está ficando para trás. Lançar um celular Android com apenas 3.900 mAh hoje é, no mínimo, arriscado.

Estamos entrando em uma nova fase das baterias. Aquela marca de “um dia e meio” de uso está prestes a se tornar um limite baixo, já que, com a popularização das baterias de quase 10.000 mAh, a autonomia dos celulares deve atingir novos patamares. As baterias de silício-carbono ainda são caras e estão no começo da sua evolução, mas a China está pressionando para que essa tecnologia se torne o novo padrão.

A solução

A própria Xiaomi já explicou que alguns de seus celulares chegam à Europa com baterias menores do que as versões chinesas por um motivo simples: custo. Essas baterias gigantes não são baratas, e marcas como a Samsung ainda preferem usar tecnologias mais tradicionais para segurar os preços.

Mesmo assim, se os celulares ultrafinos querem mesmo emplacar, não tem jeito: eles vão ter que apostar no silício-carbono, mesmo que isso exija cortar outros recursos.

É possível

Existem exceções, como o Tecno Spark Slim, que consegue ser ultrafino e ter boa bateria. Ele tem só 5,75 mm de espessura e traz 5.200 mAh de capacidade — prova de que dá pra fazer celulares finos com baterias grandes.

O próximo grande desafio para os celulares ultrafinos deve ser o iPhone 17 Air. A menos que a Apple faça mágica, ele também deve chegar ao mercado com uma bateria tradicional e de capacidade modesta.

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