Aplicativos de meditação estão cada vez mais populares e uma pesquisa inicial decidiu entender se eles realmente ajudam aqueles que procuram uma saída para melhorar o estresse, insônia e ansiedade.
Feito pela Universidade de Carnegie Mellon, a pesquisa visa a entender as partes positivas e negativas dos aplicativos em comparação a aulas presenciais. Uma das características que os aplicativos como Calm e Headspace dão é o fácil acesso às aulas, o que poderia ajudar pessoas que estão fora de centros urbanos.
"Você pode imaginar um fazendeiro na zona rural de Nebraska sem muitas oportunidades disponíveis para participar de programas tradicionais de meditação em grupo, e agora ele tem um aplicativo no bolso que está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana", disse CJ. David Creswell, psicólogo da saúde na Universidade Carnegie Mellon.
Outra vantagem, para Creswell, é ampliar a gama de estudo da meditação na saúde. Enquanto antes as pesquisas eram feitas somente com alunos de aulas presenciais, a popularidade dos aplicativos oferece mais tipos de pesquisa para entender os efeitos da meditação em pessoas que estão usando apenas aplicativos.
Ademais, será possível estudar nos próximos anos como esses mesmos aplicativos moldam o pensamento coletivo do que é meditar.
"Aplicativos de meditação dominam o mercado de aplicativos de saúde mental", disse Creswell. "E este artigo é realmente o primeiro a delinear o novo normal e desafiar pesquisadores e desenvolvedores de tecnologia a pensar de novas maneiras sobre a natureza disruptiva desses aplicativos e seu alcance."

Essa nova tática também oferece uma certa customização e controle por parte dos alunos. Em vez de participarem de aulas entre 45 minutos a 1 hora, alunos de aplicativos podem meditar em qualquer lugar e colocar esses minutos em qualquer hora do dia.
"Talvez você esteja esperando na fila do Starbucks e tenha três minutos para fazer um breve treinamento de atenção plena", disse Creswell.
Claro, o grande problema está na disciplina por parte desses mesmos alunos. Aplicativos de meditação podem, sim, ajudar aqueles que procuram ajuda para aliviar o estresse ou melhorar dores crônicas, mas é necessário ter uma constante participação.
"O problema de engajamento não é específico dos aplicativos de meditação", disse Creswell. "Mas os números são realmente preocupantes. Noventa e cinco por cento dos participantes que baixam um aplicativo de meditação não o utilizam após 30 dias."
Esse abandono é justamente pela alta customização do aplicativo. Enquanto pessoas podem baixar uma infinita gama deles gratuitamente, uma aula presencial requer que os alunos desembolsem uma quantia de dinheiro e, portanto, sentiram pressionados a participar.
Creswell termina o estudo dizendo que enquanto os aplicativos de meditação tem muitos pontos positivos, cabe às empresas que gerem elas a achar novos modos de tentar prender a atenção e engajar o público, principalmente aqueles que abandonam as aulas após um tempo.
"Não acredito que algum dia haverá um substituto completo para um bom grupo ou professor de meditação presencial", disse Creswell. "Mas acho que os aplicativos de meditação são um ótimo primeiro passo para quem quer se aventurar e começar a treinar suas habilidades de atenção plena. Os estudos iniciais mostram que esses aplicativos de meditação ajudam no alívio dos sintomas e até mesmo na redução de biomarcadores de estresse."
Capa da matéria: Getty Images/Picture Alliance
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