Fabrício Mainenti
RedatorEsse tem sido o assunto mais comentado nos círculos ufológicos nas últimas seis semanas. Enquanto o 3I/ATLAS, o terceiro objeto interestelar conhecido, cruzava nosso sistema solar, a NASA continuava recebendo a mesma pergunta: onde estão as fotos de sua passagem por Marte?
Aqui estão as fotos
Após 47 dias de silêncio, a agência espacial americana confirmou que divulgará as imagens do 3I/ATLAS e todos os dados coletados pela Mars Reconnaissance Orbiter durante sua passagem por Marte no início de outubro.
A divulgação acontece em uma coletiva de imprensa na quarta-feira, 19 de novembro, às 15h (horário de Brasília). O evento contará com a presença de figuras importantes como Nicky Fox (Administradora Associada da Diretoria de Missões Científicas da NASA) e será transmitido online pela NASA+.
Um pouco de contexto
Entre 2 e 3 de outubro, o cometa interestelar 3I/ATLAS passou a cerca de 29 milhões de quilômetros de Marte. Naquele momento, a sonda Mars Reconnaissance Orbiter da NASA e sua poderosa câmera HiRISE tiveram uma oportunidade de ouro: observar o objeto de um ângulo lateral único, impossível de se obter da Terra.
No entanto, as imagens nunca foram divulgadas, e Avi Loeb não perdeu tempo em se manifestar. O controverso cosmólogo de Harvard argumenta que existem anomalias suficientes no 3I/ATLAS para considerar a possibilidade de ser um objeto alienígena, "possivelmente hostil" e artificial. Loeb acusou a NASA de reter imagens "cientificamente valiosíssimas" e conseguiu o apoio de uma congressista republicana para exigir sua liberação.
O motivo do atraso?
Não foi um sequestro, mas uma das muitas consequências da paralisação do governo americano, que deixou 83% dos funcionários da NASA em licença não remunerada entre 1º de outubro e 13 de novembro. De fato, a postura da NASA e de suas contrapartes, como a Agência Espacial Europeia, em relação a 3I/ATLAS é de absoluta tranquilidade.
As agências afirmam que 3I/ATLAS é um cometa. Suas observações com os telescópios Hubble e James Webb sugerem que se trata de um corpo gelado com diâmetro entre 440 metros e 5,6 quilômetros, com uma coma ativa. E seu comportamento, incluindo a aceleração não gravitacional ao passar pelo Sol, é um efeito natural da sublimação do gelo ao ser aquecido.
O que podemos esperar?
A visão lateral do cometa será crucial para entendermos a geometria dos jatos de poeira e gás e descartarmos a teoria exótica de que sejam sistemas de propulsão artificial. De qualquer forma, estas não serão as últimas imagens que veremos do 3I/ATLAS. A sonda europeia Juice está observando o objeto, mas os dados levarão meses para chegar devido à posição da espaçonave em relação ao Sol.
O 3I/ATLAS passará pelo seu ponto mais próximo da Terra, a cerca de 270 milhões de quilômetros, em 19 de dezembro de 2025. Por enquanto, o placar é o seguinte: Burocracia 1 x 0 Ciência.
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