Cometa 3I/ATLAS: astrônomo do Observatório Nacional acalma a população após matérias sensacionalistas na internet

Corpo celeste está visitando o Sistema Solar, mas muitas manchetes e publicações na internet causam caos na população

Observatório Internacional Gemini/NOIRLab/NSF/AURA/Shadow the Scientist
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Bárbara Castro

Redatora
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Bárbara Castro

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Jornalista com pós-graduação em Cinema que passava as tardes vendo Cartoon Network e History Channel quando criança. Coleciona vinis, CDs e jogos do Nintendo DS e 3DS (e estantes que não cabem mais livros). A primeira memória com um computador é de ter machucado o dedo em uma ventoinha enquanto um de seus pais estava montando um PC.

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O astrônomo do Observatório Nacional Dr. Jorge Márcio Carvano falou sobre os mistérios do popular cometa 3I/ATLAS, o viajante que está de passagem pelo Sistema Solar e vem intrigando diversos cientistas por conta de sua composição única que revela mais sobre outras partes do universo. Entre várias informações que Carvano explica, o astrônomo também fala sobre a importância de pegar informações de sites e fontes confiáveis em meio a uma enchente de manchetes e publicações sensacionalistas na internet. 

Carvano explica que o cometa é fascinante e que merece toda a atenção que está recebendo e que o sensacionalismo é esperado, ainda mais no tempo que vivemos "em que cada segundo de atenção nas redes sociais é disputado por pessoas e robôs em busca de cliques". 

O astrônomo também explica o motivo desse sensacionalismo acontecer, apontando dois fatores. A primeira delas é que os artigos e estudos sobre o cometa são publicados e disponibilizado em fóruns em tempo real, o que não dá tempo para uma revisão mais minuciosa por parte de outros profissionais. Desse modo, a população também tem acesso e tanto robôs quanto leitores pegam essas informações, às vezes sem nenhum conhecimento do que se trata, e republicam sem contextualização, gerando diversas republicações na internet. 

(Reprodução/NASA, ESA, David Jewitt) (Reprodução/NASA, ESA, David Jewitt)

O segundo fator vai para um pequeno grupo de cientistas e criadores de conteúdo que acreditam que o cometa possa ser um visitante de outra sociedade inteligente. Em outras palavras, um alienígena, ou então uma nave alienígena. Claro, nada passa apenas de especulação, mas essa teoria vem por conta do seu trajeto e a presença de materiais, como o níquel em estado gasoso, “supostas anomalias” ou que seria “massivo demais para ser um cometa”. 

“A imensa maioria dos astrônomos que tem estudado este objeto não vê nenhuma razão para esse tipo de associação”, disse.

Muito disso vem pelo fato que o cometa é interestelar, ou seja, veio de fora do Sistema Solar, e revela mais sobre o universo e suas criações e composições. 

“É esperado que ele seja diferente dos cometas do Sistema Solar em alguns aspectos. O que surpreenderia os astrônomos seria se fosse completamente normal”, afirmou.

Entre outras afirmações que a internet deu em diversas matérias, Carvano explica que não há nenhuma possibilidade que o cometa represente qualquer risco de colisão com a Terra. Durante a semana, o astrônomo explica que a International Asteroid Warning Network (IAWN), que foi emitido nas matérias como "proteção planetária ativado pela NASA" é mais uma colaboração entre cientistas da área para descobrir e refinar a órbita de pequenos objetos do Sistema Solar, e que indentificam  aqueles que possam representar risco de colisão com a Terra, o que, novamente, não é o caso do 3I/ATLAS. Especificamente, a IAWN promove campanhas de observação para treinar participantes e testar protocolos, e, no caso do cometa, foi para melhorar as medições de sua posição e variação de brilho, que tende a ficar ainda mais forte quando passa pelo periélio.

Capa da matéria: Observatório Internacional Gemini/NOIRLab/NSF/AURA/Shadow the Scientist

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