Nem BYD, nem Tesla: novo carro chinês custa menos de R$ 50 mil e promete ser o pesadelo das montadoras tradicionais

Mini elétrico quer redefinir o conceito de mobilidade urbana no Brasil, mesmo cercado de dúvidas 

Crédito de imagem: Aima
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João Paes

Redator
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João Paes

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Escreve sobre tecnologia, games e cultura pop há mais de 10 anos, tendo se interessado por tudo isso desde que abriu o primeiro computador (há muito mais de 10 anos). 

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No ano que vem, 2026, o Brasil vai ganhar um novo competidor no já turbulento mercado de elétricos e ele não vem com a força de uma BYD, o hype da Tesla ou o impacto de outras marcas chinesas mais famosas. O Aima A05, mini carro totalmente elétrico da Aima, tenta fincar seu espaço com uma ofensiva direta: chegar às ruas custando menos de R$ 50 mil. Em um segmento onde preços começam no dobro disso, só esse número já seria suficiente para ligar o alerta das montadoras tradicionais. Mas há mais coisas interessantes (e não exatamente boas) sobre este “carrinho”.

A Aima, fabricante chinesa conhecida pela presença em motos e bikes elétricas no Brasil, quer dar um salto ousado. O A05 chega inspirado na proposta do Citroën Ami, apostando firmemente no deslocamento urbano ultracurto. É o tipo de veículo que não tenta competir com SUVs eletrificados, mas sim substituir scooters, triciclos e até o transporte público em trajetos de bairro. Para isso, a marca vende o discurso de conforto e segurança, dois pontos frágeis dos modais compactos mais populares.

Só que o mini carro já desembarca cercado de dúvidas. A Aima ainda não confirma se o A05 será homologado para circular em vias públicas — o que levanta questionamentos sérios. Sem essa certificação, o veículo ficaria preso a ciclovias ampliadas, condomínios ou espaços privados, o que reduziria drasticamente seu apelo. A empresa só diz que o modelo será uma opção “acessível e eficiente”, o que, sem a homologação necessária, pode não dizer absolutamente nada.

E mesmo que ganhe o sinal verde para rodar nas ruas, o A05 chega limitado. Seu motor elétrico assíncrono de apenas 3,2 kW (equivalente a 4,4 cv) entrega uma velocidade máxima de modestos 45 km/h. A autonomia também é tímida: entre 55 e 60 km com uma carga completa, que leva de 8 a 10 horas na tomada comum. Ou seja: bom para ir à padaria, complicado para atravessar a Marginal às 18h (ou em qualquer hora, ultimamente).

O carro pode levar três pessoas e até 400 kg de carga, mas isso joga o peso bruto para mais de uma tonelada, o que exige quase um milagre de um motor tão pequeno. Pequeno mesmo: o A05 tem 2,61m de comprimento, 1,40m de largura, 1,64 m de altura e entre-eixos de 1,70m. Além disso o carro tem suspensão MacPherson na dianteira e pneus de 12 polegadas.

Crédito de imagem: Aima

Barato, compacto, urbano e lotado de incertezas, o A05 foi anunciado sem muitas informações e pode acabar perdendo carga de interesse do público até o lançamento — ainda sem data oficial, sendo mais um mistério sobre o minicarro elétrico da Aima.


Crédito de imagens: Aima


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