Telescópio 5 vezes maior que a Terra acaba de revelar o centro de uma das galáxias mais misteriosas do espaço

Imagem do centro da galáxia OJ 287 foi feita ao combinar um radiotelescópio na órbita da Terra com 27 observatórios terrestres ao redor do mundo

(Divulgação/Dr Efthalia Traianou/Universidade de Heidelberg/IWR)
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Bárbara Castro

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Bárbara Castro

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Jornalista com pós-graduação em Cinema que passava as tardes vendo Cartoon Network e History Channel quando criança. Coleciona vinis, CDs e jogos do Nintendo DS e 3DS (e estantes que não cabem mais livros). A primeira memória com um computador é de ter machucado o dedo em uma ventoinha enquanto um de seus pais estava montando um PC.

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Localizada cerca de 5 bilhões de anos-luz da Terra, galáxia OJ 287 vem fascinando diversos cientistas por anos por conta da variação do brilho de seu centro, levando estudiosos a teorizarem que dois buracos negros poderiam estar se orbitando e, consequentemente, se fundindo. Agora, uma equipe de astrônomos conseguiu a maior imagem já capturada até agora do centro do corpo celestial com a ajuda de um telescópio dito como cinco vezes o tamanho do nosso planeta. 

Liderado por Dr. Efthalia Traianou da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, a pesquisa foi uma colaboração entre a Alemanha, Itália, Rússia, Espanha, Coreia do Sul e os EUA. A imagem foi gerada a partir de um interferômetro de rádio terrestre que combinava um radiotelescópio na órbita da Terra (a antena de dez metros da missão RadioAstron a bordo do satélite Spektr-R) com 27 observatórios terrestres ao redor do mundo.

A combinação de todos esses equipamentos levou à criação de um telescópio virtual cerca de cinco vezes maior que o diâmetro da Terra, resultando uma imagem de boa resolução que foi feita a partir da medição de como as ondas de luz se sobrepõem.

“Nunca antes observamos uma estrutura na galáxia OJ 287 com o nível de detalhe visto na nova imagem”, disse o Dr. Traianou.

(Reprodução/Jet Propulsion Laboratory/NASA) Reprodução computadorizada dos buracos negros da galáxia OJ 287. A menor (lado esquerdo da foto) orbita a maior (centro).

A imagem expõe o centro da galáxia, mostrando uma estrutura que parece uma fita  dobrada, mas que pode ajudar a entender a composição do plasma e seus movimentos. Algumas áreas do buraco negro podem chegar a 3 trilhões de Kelvins, mostrando a quantidade de energia liberada perto do corpo celestial. Além disso, cientistas detectaram uma onde de energia sendo formada, ligando à detecção de uma energia liberada em 2017. 

A galáxia OJ 287 é considerada uma blazar — um tipo de galáxia com um buraco negro supermassivo ativo em seu centro —, liberando uma energia massiva e puxando matéria do espaço próximo, projetando uma parte dela em uma forma de jato de plasma. A nova imagem continua sustentando a ideia que existe um buraco negro supermassivo binário dentro dela, também ajudando a entender ainda mais como esses corpos celestiais podem influenciar na formação e a orientação de jatos de plasma emitidos.

Capa da matéria: Divulgação/Dr Efthalia Traianou/Universidade de Heidelberg 


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