O trabalho de escavadores têm um papel fundamental na reconstrução da história da humanidade. Afinal, por meio de objetos encontrados durante as escavações, como cerâmicas, ossos e construções, especialistas conseguem analisar e coletar rastros deixados por civilizações antigas. Como resultado, isso permite entender como os antepassados viviam e como o mundo se transformou até os dias de hoje. Agora, mais uma nova descoberta chamou a atenção dos arqueólogos mundo afora: escavadores encontraram no sítio arqueológico de Toprak Tepe, localizado na província de Karaman, na Turquia, pães carbonizados com “idade” de 1.300 anos. Eles acreditam que esses pães teriam sido usados em rituais de eucaristia, devido à imagem de Cristo desenhada sobre o pão.
5 pães carbonizados são um tesouro arqueológico? Entenda porquê
A busca por artefatos pré-históricos escavados é um processo onde se espera que os itens estejam tão preservados. Afinal, não se sabe quanto tempo esse item estava enterrado ali e nem o que vai ser encontrado: tudo depende de estudos dos arqueólogos e um pouquinho de sorte.
Durante as escavações no sítio arqueológico de Toprak Tepe, por exemplo, foram localizados cinco pães carbonizados, datados entre os séculos 7 e 8 d.C. Mas sem dúvidas alguma, o que mais surpreendeu os especialistas foi o estado de preservação desse alimento e os detalhes desenhados sobre o pão. Um dos pães traz a figura de Jesus como um semeador, enquanto outro pão traz uma frase escrita em grego, “Com a nossa gratidão a Jesus abençoado”.
Mas o que eles significam? No primeiro caso, a imagem de Jesus como um mero trabalhador do campo no lugar de um ser soberano demonstra que, naquela religião e naquela época, a fé estava fortemente ligada à agricultura. Já a frase é interpretada como um gesto de devoção e agradecimento dos fiéis, reforçando a ideia de que esses pães não eram simples alimentos consumidos nas refeições diárias, mas símbolos de fé e devoção. É por isso que, para os arqueólogos, os pães podem representar um dos primeiros exemplares de hóstia da história, sendo usados em cerimônias da eucaristia como a comunhão da Igreja Católica.
Pão da comunhão: entenda seu significado e tradição
Mas o que representa o pão da comunhão, afinal? O pão, feito tradicionalmente de farinha de trigo pura e água, representa o Corpo de Cristo para os cristões. Isso significa que esse pão, também chamado de hóstia, simboliza a unidade e a comunhão com Jesus. O pão também é representado na Bíblia, na passagem do Evangelho de João (6:35), que diz:
“Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.”
A passagem demonstra um significado profundo do pão na tradição cristã, simbolizando tanto um alimento físico quanto espiritual para os fiéis. Além de ser fantástico encontrar pães com mais de mil anos tão bem conservados, essa descoberta reforça o legado helenístico e oferece mais informações das práticas religiosas do Império Bizantino, que durou de 330 a 1453 d.C., sendo Constantinopla a sua capital. Esse império, que nasceu da divisão do Império Romano, se destacou pela influência na religião, arte e direito.
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