Mais de 180 anos de história: o primeiro registro fotográfico de uma pessoa foi feita por pura coincidência

Foto necessitou cerca de 10 minutos de exposição para registrar a imagem

(Reprodução/Arquivo Histórico/Louis Daguerre)
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
barbara-castro

Bárbara Castro

Redatora
barbara-castro

Bárbara Castro

Redatora

Jornalista com pós-graduação em Cinema que passava as tardes vendo Cartoon Network e History Channel quando criança. Coleciona vinis, CDs e jogos do Nintendo DS e 3DS (e estantes que não cabem mais livros). A primeira memória com um computador é de ter machucado o dedo em uma ventoinha enquanto um de seus pais estava montando um PC.

94 publicaciones de Bárbara Castro

A fotografia sempre esteve em constante evolução desde que câmera escura, mas um grande passo foi feito em 1830 com a criação do daguerreótipo, criado por
Louis Daguerre. Aqui, o fotógrafo melhorou o processo da heliografia para que conseguisse registrar objetos que pudessem mover (até um limite), registrando, pela primeira vez, uma pessoa em uma foto estática. 

Intitulado "Boulevard du Temple", a foto tirada por Daguerre entre abril e maio do ano 1837 (ou 1838), às 8 da manhã, mostra a 5 Rue des Marais, em Paris, vista do estúdio do fotógrafo, e uma figura escura apoiada no equipamento de um engraxate. Nesse momento do dia, essa específica rua de Paris estaria movimentada de pessoas, carruagens e cavalos, mas apenas duas figuras conseguiram ser registradas no daguerreótipo. Isso porque a tática fotográfica ainda necessitava de um tempo para registrar uma imagem, que poderia levar de 60 segundos a até 10 minutos, dependendo da quantidade de luz ou quanto o fotógrafo achasse necessário.

Boulevard Du Temple (Reprodução/Creative Commons)

Essas duas figuras, sendo uma delas mais nítida (a do cliente), conseguiram ser captadas por ficarem praticamente na mesma posição pelo tempo determinado que Daguerre deixou a placa da foto. Em contrapartida, objetos em movimento não conseguiram ser captados pela foto e por isso a rua, outrora movimentada, parece estar praticamente vazia. 

Até hoje estudiosos tentam encontrar se há vestígios de movimento na imagem, como pedaços borrados de pessoas ou carruagens a até uma possível imagem de uma criança olhando pela janela, e um cavalo. 

Além de "Boulevard du Temple", Daguerre tirou mais duas fotos do mesmo lugar em horários diferentes do dia, mas apenas o exemplo acima e a da foto ao meio-dia sobreviveram (a terceira, tirada de tarde, foi perdida).

(Reprodução/Creative Commons) Segunda foto de Boulevard du Temple tirada ao meio-dia

Há ainda outros vestígios mais antigos de pessoas fotografadas, mas nenhuma sobreviveu, a não ser essas de Daguerre. Hippolyte Bayard, criador do processo fotográfico chamado "processo positivo direto" afirmou ter se autorregistrado em 1837. Ainda nisso, o próprio Daguerre pode ter fotografado duas pessoas em 1836 na foto da Pont Neuf.

Capa da matéria: Reprodução/Creative Commons


Inicio