Escutar música todos os dias pode diminuir drasticamente o risco de uma das condições mais devastadoras da terceira idade, afirmam pesquisadores

Pode ajudar a manter o cérebro ativo em pessoas idosas

Idosa tocando piano | Fonte: Getty Images
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Vika Rosa

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Vika Rosa

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, cobrindo os mais diversos temas. Apaixonada por ciência, tecnologia e games.


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Idosos que ouvem música regularmente podem ter um risco significativamente menor de desenvolver demência, de acordo com um novo estudo em larga escala da Universidade Monash, na Austrália. A pesquisa sugere que o envolvimento com a música pode ser uma ferramenta acessível e prazerosa para manter a saúde cerebral e a resiliência cognitiva durante o envelhecimento.

A equipe, liderada pela professora Joanne Ryan, analisou dados de mais de 10.800 adultos australianos com 70 anos ou mais, acompanhados ao longo de vários anos. Os resultados, publicados no International Journal of Geriatric Psychiatry, mostraram que as atividades musicais têm uma forte associação com a saúde cerebral.

Os principais resultados do estudo

A análise revelou que o simples ato de ouvir música frequentemente já traz benefícios impressionantes. Em comparação com aqueles que raramente ou nunca ouviam música, os idosos que relatavam "sempre ouvir música" apresentaram:

  • Risco 39% menor de desenvolver demência;
  • Risco 17% menor de desenvolver Comprometimento Cognitivo Sem Demência (CIND);
  • Pontuações mais altas em testes de cognição global e memória episódica (usada para lembrar eventos cotidianos).

Tocar um instrumento musical também se mostrou benéfico. Aqueles que tocavam (muitas vezes ou sempre) tiveram um risco 35% menor de demência. Já os idosos que combinavam as duas atividades — ouvir e tocar música regularmente — tiveram um risco 33% menor de demência e 22% menor de CIND.

Uma estratégia acessível contra a demência

Com o envelhecimento da população global, as taxas de doenças relacionadas à idade, como a demência, estão aumentando, pressionando famílias e sistemas de saúde. A professora Ryan enfatiza que, "sem cura disponível atualmente para a demência, a importância de identificar estratégias para ajudar a prevenir ou retardar o início da doença é crucial".

Embora o estudo não possa estabelecer uma relação direta de causa e efeito, ele reforça a ideia de que o envelhecimento cerebral não depende apenas da genética, mas é fortemente influenciado pelas escolhas de estilo de vida. 

Os resultados sugerem que intervenções como ouvir ou tocar música podem ser uma estratégia promissora e acessível para promover a saúde cognitiva e retardar o declínio na terceira idade.

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