Em 2015, um homem encontrou uma rocha e a guardou achando que podia conter ouro; agora, descobriu seu verdadeiro valor

Trata-se do meteorito de Maryborough, descoberto em 2015. Não tem ouro, mas sim ferro — e um enorme valor científico

Meteorito / Imagem: Museu Victoria
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Victor Bianchin

Redator
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Victor Bianchin

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Victor Bianchin é jornalista.

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Imagine que, em um belo dia, enquanto procura metais preciosos com um detector, você encontra uma estranha rocha avermelhada. Imediatamente pensa que ela pode conter ouro, então não hesita em levá-la para casa. Após inúmeras tentativas de perfurá-la e descobrir o que há dentro, você desiste. Trata-se de uma rocha praticamente invulnerável — pelo menos com ferramentas comuns, como lixadeiras.

Isso que acabamos de descrever foi exatamente o que aconteceu com David Hole, um australiano que costumava explorar o Parque Regional de Maryborough com seu detector em busca de metais preciosos. E sim, ele encontrou a rocha e tentou abri-la sem sucesso. No fim, descobriu-se que era algo muito mais valioso do que qualquer metal precioso: um corpo celeste que provavelmente havia viajado até o nosso planeta vindo de Marte ou Júpiter — em outras palavras, um meteorito.

O Meteorito de Maryborough

A rocha cósmica foi descoberta por Hole em 2015, embora ele só tenha descoberto do que se tratava em 2018. Três anos após o achado, ele decidiu levá-la ao Museu Victoria, no país, em busca de respostas. Os geólogos Bill Birch e Dermot Henry suspeitaram imediatamente que se tratava de um meteorito. E isso foi realmente surpreendente, já que a maioria dos “meteoritos” que as pessoas levam ao museu não passa de pedras comuns.

Os especialistas tinham diante de si uma peça peculiar, medindo 38,5 cm x 14,5 cm x 14,5 cm. O passo seguinte foi fotografá-la e realizar uma análise minuciosa, que incluiu fazer um pequeno corte para examinar sua composição. Após o exame, confirmou-se que se tratava de um meteorito com alto teor de ferro — especificamente, uma condrita ordinária do tipo H5, o que sugere que sua formação pode ter ocorrido no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.

A origem do Meteorito de Maryborough, vale destacar, ainda é uma hipótese, já que os pesquisadores não sabem exatamente de onde ele veio ou quando caiu na Terra. No entanto, a datação por radiocarbono indica que a rocha permaneceu no planeta entre 100 e 1.000 anos. Apesar disso, acredita-se que possa ter atravessado nossa atmosfera entre 1889 e 1951 — ou seja, em um período relativamente recente.

Rocha

Se falarmos do valor do meteorito em comparação ao ouro, é difícil estabelecer um parâmetro claro — mas, segundo o museu, ele é muito mais valioso. Eles afirmam que encontrar ouro no solo australiano é algo mais comum do que encontrar um meteorito com essas características. “Este é apenas o 17º meteorito encontrado em Victoria”, dizem, acrescentando que são peças científicas importantes que “nos transportam no tempo” para estudar nosso Sistema Solar.

De fato, os meteoritos contêm informações valiosas sobre a formação dos elementos no universo e nos oferecem uma oportunidade única de estudá-los de perto para analisar suas propriedades e composição química. É um tipo de pesquisa diferente, mas complementar, às missões espaciais atuais — como as associadas ao Telescópio Espacial James Webb ou à ambiciosa OSIRIS-REx.

Imagens | Museu Victoria

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.


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