Em um mercado de trabalho tão competitivo como o atual, agravado pela chegada iminente da inteligência artificial, torna-se cada vez mais importante escolher com precisão uma carreira universitária que facilite a inserção profissional com bons salários e estabilidade.
Segundo o relatório A empregabilidade dos jovens na Espanha 2025, da Fundação Conhecimento e Desenvolvimento (CYD), três carreiras se destacam quanto à empregabilidade nos quatro anos seguintes à conclusão dos estudos: Informática, Saúde e Engenharia.
De acordo com os dados do relatório, no ano letivo de 2018-2019, 189.438 pessoas se formaram nas universidades espanholas. Quatro anos depois, 75,9% desses graduados estão registrados na Seguridade Social.
Desse percentual que conseguiu emprego, 72,4% o fazem com contrato permanente e uma base de contribuição salarial média de 30.976 euros (R$ 190 mil). Cerca de 80% trabalham em jornada integral, o que são indicadores claros de emprego estável e com remuneração acima da média na Espanha.
Os graduados de universidades públicas e privadas apresentam diferenças: as instituições privadas registram mais contratos permanentes nos primeiros anos, embora, no quarto ano, as públicas as superem levemente em estabilidade.
A campeã em inserção profissional
Seguindo a mesma tendência apontada pelo relatório de empregabilidade de 2024 da Fundação CYD, o curso de Informática volta a se consolidar como o mais sólido em termos de estabilidade e qualidade do emprego quatro anos após a conclusão. Com uma taxa de registro de 89,4% e impressionantes 93,8% de contratos permanentes (96,9% deles em regime de tempo integral), apresenta-se como a carreira que oferece maiores garantias de conseguir um emprego estável em 2025.
Com 82,8% de empregabilidade e 90,5% de contratos permanentes, aparecem as áreas de Engenharia, Indústria e Construção, o que demonstra a alta demanda por profissionais técnicos por parte das empresas.
Vale destacar, neste ponto, o curso de Medicina, que, embora registre uma taxa de inserção profissional superior à de Informática (94%) e tenha uma base salarial mais alta, apresenta uma séria precarização nos vínculos de trabalho. Apenas 2% dos formados têm um contrato permanente após quatro anos no mercado de trabalho.
Salários acima da média
Como mencionado na seção anterior, a base salarial média dos formados em Medicina na Espanha é de 41.839 euros (R$ 257 mil) anuais — valor bem superior aos 36.732 euros (R$ 226 mil) anuais, em média, dos formados em Informática em seu quarto ano no mercado de trabalho, ou aos 33.215 euros (R$ 204 mil) anuais registrados pelas demais engenharias — informática, industrial e de construção.
Como já indicavam os dados do estudo de 2024, os cursos da área de Artes e Humanidades são os que oferecem menos oportunidades profissionais, com uma taxa média de registro de 63,5%, dos quais apenas 73% possuem contrato permanente e com uma base salarial média de 27.185 euros (R$ 167 mil) anuais — muito abaixo de seus equivalentes em Medicina e Informática.
As áreas de Educação e Serviços não têm melhor sorte, com taxas de inserção abaixo de 80%, bases salariais inferiores a 30.000 euros (R$ 184 mil) e maior incerteza em relação à estabilidade no emprego.
Se compararmos os dados do estudo de 2024 com os de 2025, observamos um aumento de 10 pontos percentuais no número de graduados com contrato permanente.
Isso indica que o trabalho gerado é de melhor qualidade, mas também deve ser analisado dentro de um contexto de crescimento geral do emprego em todo o mercado de trabalho, não apenas entre os formados com ensino superior. Ou seja, não apenas aumentou o número de graduados com contrato permanente na Espanha, mas, segundo dados da EPA do terceiro trimestre de 2025, o total de empregos em tempo integral cresceu em 314.500 pessoas, enquanto o emprego em tempo parcial caiu em 196.100 pessoas.
Emprego do futuro
Apesar dos bons números apresentados pelos formados em Informática e Engenharias, a chegada progressiva da inteligência artificial ao mercado de trabalho coloca essas profissões entre as mais expostas à automação. Isso significa que, se um estudante começar agora uma dessas carreiras, em oito anos (quatro anos de graduação mais quatro anos de inserção profissional considerados no estudo), o cenário poderá ser totalmente diferente.
De fato, as Engenharias são as que mais têm sofrido com demissões nas grandes empresas de tecnologia nos EUA — o mercado onde a IA está sendo implementada com maior intensidade.
No extremo oposto, o envelhecimento progressivo da população aumentará ainda mais a demanda por profissionais das áreas de saúde e serviços, mudando os equilíbrios do mercado de trabalho e seus salários.
Imagem | Flickr (Universidad de Sevilla)
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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