O novo artista que está no topo das paradas nos Estados Unidos se chama Breaking Rust, mas não é uma pessoa, e sim uma inteligência artificial. Sua música "Walk My Walk" alcançou o primeiro lugar na parada de música country da Billboard. Isso reacendeu um debate cada vez mais acalorado.
Por que isso é importante?
Músicas geradas por plataformas de inteligência artificial já causaram controvérsia no passado, como a polêmica em torno da música falsa de Drake. Modelos e serviços como o Suno AI evoluíram muito nos últimos meses. A prova é a música do "artista" Breaking Rust, que conseguiu convencer o público a ponto de alcançar o primeiro lugar na prestigiosa parada da Billboard nos EUA.
Quem é Breaking Rust?
A Newsweek afirma ter entrado em contato com a pessoa por trás do "artista virtual" Breaking Rust, mas ela não se pronunciou. Breaking Rust tem perfis no Linktree e no Instagram, onde atualmente possui 39 mil seguidores. Sua conta apresenta vídeos gerados por IA mostrando um cowboy em diversas situações, ao som de suas músicas. Enquanto isso, ele já conta com mais de dois milhões de ouvintes mensais no Spotify. Não se sabe ao certo quem está por trás dele, embora algumas análises tenham tentado desvendar o mistério.
Ele não é o primeiro e certamente não será o último sucesso de IA
O sucesso de "Walk My Walk" é notável, mas nos últimos meses já vimos outras músicas geradas por IA alcançarem sucesso no Spotify, embora esse sucesso tenha sido recebido com suspeita (e, provavelmente, com muitos bots). Replicar qualquer estilo sempre pareceu ser muito fácil para modelos de IA... mesmo antes do ChatGPT aparecer e mudar tudo.
Não conseguimos mais distinguir se uma música foi criada por IA
Já é difícil detectar se um texto ou imagem foi criado por IA. Vídeos pareciam um pouco mais fáceis de identificar, mas as versões mais recentes do Veo ou do Sora tornam isso muito difícil. Com a música, chegamos a um ponto em que a música humana é indistinguível daquela gerada por IA. Isso de acordo com um estudo recente publicado na Scientific American. O estudo mostrou claramente que a maioria dos participantes não conseguiu distinguir criações feitas com o Suno AI de composições feitas por humanos.
Rejeição e preocupação
A música gerada por IA, assim como outros tipos de conteúdo, está gerando reações negativas em certos setores. Josh Antonuccio, da Universidade Estadual de Ohio, explicou que o conteúdo gerado por IA "cria mais ruído [...] A única coisa que continuará a distinguir os artistas humanos são aqueles que têm música excepcional, uma perspectiva cativante e uma história que envolve os fãs".
Esse cenário torna as coisas mais difíceis para os artistas, especialmente os independentes que tentam ter sucesso nesse segmento. Eles também se perguntam se a IA não deveria, em última análise, pagar-lhes uma comissão, considerando que (provavelmente) foi treinada com base em seus trabalhos.
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