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Se a pergunta é como melhorar a produtividade, a Microsoft parece ter encontrado a resposta: parar de interromper a cada dois minutos

  • A Microsoft afirma que 80% dos funcionários sofre com a "fadiga do ping" por causa das interrupções constantes.

  • A empresa acredita que a inteligência artificial pode ajudar a reduzir essas interrupções, mas reconhece que ainda não será capaz de conter o caos das reuniões improvisadas.

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Sofia Bedeschi

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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência, gamer desde os 6 e criadora de comunidades desde os tempos do fã-clube da Beyoncé. Hoje, lidero uma rede gigante de mulheres apaixonadas por e-Sports. Amo escrever, pesquisar, criar narrativas que fazem sentido e perguntar “por quê?” até achar uma resposta boa (ou abrir mais perguntas ainda).

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Melhorar a produtividade é uma das maiores preocupações das empresas. Mas um estudo da Microsoft revelou que o maior obstáculo para esse avanço são os próprios chefes e colegas de trabalho, que não param de se interromper o tempo todo.

Os dados mostram que nem mesmo quem trabalha de forma remota escapa desse problema que atrapalha a concentração. Cerca de 80% dos funcionários dizem se sentir esgotados com a quantidade de interrupções ao longo do dia.

O esgotamento silencioso no escritório

O cansaço no trabalho não vem só das longas jornadas, mas também de um fenômeno invisível e constante: as interrupções. Cada notificação, mensagem ou pergunta de um colega vai desgastando a capacidade de foco, que já não anda das melhores.

A chamada "fadiga do ping" impede que a produtividade aumente, tanto para quem trabalha remotamente quanto para quem está no escritório, contrariando a expectativa de 53% dos líderes e gestores ouvidos no Work Trend Index 2025 da Microsoft. O relatório reúne dados de 31 mil funcionários e líderes de 30 países.

275 interrupções por dia

De acordo com os dados da Microsoft, cada funcionário recebe em média 275 interrupções ao longo do dia. Essas interrupções que disputam sua atenção vão de e-mails e mensagens em plataformas corporativas até reuniões e perguntas de colegas no modelo presencial.

Na prática, isso significa que a cada dois minutos o fluxo de trabalho é interrompido para responder a uma dúvida, checar uma notificação ou entrar numa reunião urgente e não planejada.

Considerando que o cérebro leva de 10 a 20 minutos para retomar o foco ideal, torna-se impossível para qualquer pessoa manter a produtividade, por mais que tente.

Mover, mas não avançar

As interrupções constantes não afetam só a concentração — elas também criam uma sensação de caos e desorganização que dificulta qualquer tentativa de ser produtivo. Os funcionários acabam mudando de tarefa o tempo todo, o que atrasa a conclusão de projetos importantes e aumenta o estresse e o cansaço causados pela multitarefa e pelas mudanças frequentes de foco.

Segundo a pesquisa da Microsoft, 48% dos funcionários e 52% dos líderes afirmam que sua carga de trabalho é caótica e fragmentada.

As reuniões também não ajudam

Os dados mostram que reuniões depois das oito da noite aumentaram 16% em um ano, principalmente porque 30% delas envolvem pessoas em fusos horários diferentes.

Mas o maior fator de desorganização é outro: 60% dessas reuniões não são programadas e acontecem de forma improvisada. A Microsoft identificou que, nos 10 minutos anteriores a esses encontros de última hora, o uso do PowerPoint aumenta 122%. Ou seja, os funcionários precisam largar o que estão fazendo para correr e terminar apresentações de última hora.

A solução da Microsoft: transformar os funcionários em seus próprios chefes

O relatório da empresa aponta que a chegada de agentes de IA especializados pode ajudar a reduzir as interrupções, já que essas dúvidas que antes eram direcionadas a colegas passarão a ser resolvidas diretamente pela inteligência artificial.

Entre os líderes entrevistados, 82% disseram que a adoção da força de trabalho digital é uma prioridade para os próximos 12 a 18 meses.

Mesmo assim, há um ponto que os agentes de IA ainda não conseguem resolver: as reuniões improvisadas de última hora.

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