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92% da Geração Z está sendo rejeitada nas contratações por um motivo simples: mais do que diplomas universitários, as empresas buscam habilidades interpessoais

Apenas 8% dos jovens em processos seletivos estavam suficientemente preparados

Gen Z não é contratada / Imagem: Etelmarketing no Midjourney
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Victor Bianchin

Redator
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Victor Bianchin

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Victor Bianchin é jornalista.

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Nos últimos anos, cresceu a sensação de que os diplomas universitários estão perdendo valor. A Geração Z é a que está vendo como, longe de ser apenas um debate público, isso também se tornou uma realidade dentro das empresas privadas, com a queda dos cargos de nível inicial. No entanto, um novo relatório da Criteria sobre a preparação profissional dos jovens da Geração Z estabelece outra relação capaz de explicar o azar que eles enfrentam.

O discurso de que a inteligência artificial está ficando com os empregos ganhou força, em grande parte porque interessa à bolha que existe por trás disso — com cada vez mais CEOs do setor destacando como esses cargos juniores agora podem ser ocupados por um gestor virtual, alimentando ainda mais essa bola de neve. Mas, segundo os recrutadores entrevistados para o relatório, o maior problema ainda é o talento: apenas 8% dos entrevistados acreditam que os jovens da Geração Z estão plenamente preparados para os cargos que desejam.

A falta de preparo da Geração Z

De início, essa constatação entra em choque direto com o que se dizia sobre os diplomas universitários, mas, na realidade, aponta para algo mais profundo. Diante de uma concorrência crescente e cada vez menos ofertas de emprego, o que esses hiring managers destacam não é que os jovens da Geração Z não tenham formação suficiente. O que realmente sentem falta são das habilidades capazes de virar o jogo a favor deles.

Apesar do auge da “titulite” — em forma de graduações e mestrados que deveriam abrir as portas do mercado de trabalho —, os jovens carecem de habilidades interpessoais que, cada vez mais, se mostram indispensáveis diante da necessidade de se destacar entre os candidatos. Faltam-lhes melhor comunicação, disposição para resolver problemas e uma postura que reflita profissionalismo — fatores que levam à exclusão de candidatos que, se fosse apenas pelos diplomas, pareceriam plenamente preparados para as vagas oferecidas.

Como aponta Josh Millet, CEO da empresa Criteria, responsável por avaliar possíveis candidaturas, o fato de 92% dos recrutadores se depararem constantemente com essa falta de habilidades básicas se deve a uma “tempestade perfeita” que, em grande medida, foi criada pela própria Geração Z. O excesso de importância dado aos diplomas minou sua confiança ao perceberem que eles não bastavam e, ao encarar as entrevistas com essa mentalidade, os recrutadores começaram a dar menos peso às formações acadêmicas em favor das habilidades mencionadas.

Nessa tempestade perfeita, há uma mudança de paradigma com várias realidades evidentes. É verdade que a inteligência artificial vai ocupar boa parte dos cargos que antes eram destinados a jovens com diploma universitário. Funções voltadas à tecnologia e às finanças estão em queda justamente por essa razão. Mas, em contrapartida, muitos outros setores planejam ampliar suas equipes até 2026: 68% das agências de recrutamento, 59% das empresas da área da saúde, 57% da indústria manufatureira e 50% das de transporte e logística afirmam estar com falta de pessoal para enfrentar os desafios que estão por vir.

Também é verdade que a inteligência artificial pode se infiltrar no mercado de trabalho, mas talvez o faça também na forma de recrutadora, tornando os processos de seleção mais justos ao eliminar preconceitos e dois pesos e duas medidas nas entrevistas e análises de currículos. Mas, acima de tudo, a realidade mais evidente é que parece que não estamos longe de um mercado de trabalho em que o requisito de diploma universitário fique em segundo plano, e as contratações sejam decididas com base em testes e perfis que vão além do aspecto técnico.

Imagem | Etelmarketing no Midjourney

Este texto foi traduzido/adaptado do site 3D Juegos.


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