Victor Bianchin
RedatorVictor Bianchin é jornalista.
Os processos de seleção se transformaram em uma peça de teatro em que cada personagem deve interpretar seu papel para convencer seu interlocutor.
Da mesma forma que é necessário adaptar o currículo para que corresponda ao perfil da vaga para a qual se candidata, as entrevistas com os recrutadores exigem um trabalho prévio para convencê-los de que estão diante da pessoa certa para preencher a posição.
Adriane Schwager é CEO e cofundadora da GrowthAssistant, uma empresa de recrutamento de pessoal. A executiva tem mais de 20 anos de experiência em recrutamento para todos os tipos de perfis e compartilhou seu conselho mais importante para candidatos em uma entrevista à CNBC: chegar preparado.
Segundo Schwager, nos últimos cinco anos, ela notou uma diminuição no nível de preparação dos candidatos para os processos de seleção. “Na verdade, estou surpresa com a quantidade de vezes que as pessoas não fazem o dever de casa. Há algo muito básico que vejo que os candidatos não estão fazendo, que é [entender]: o que a empresa que está entrevistando você faz?”, afirma a recrutadora.
Pesquisar sobre a empresa
A recrutadora afirma que a entrevista de emprego é o momento perfeito para demonstrar interesse em conquistar a vaga para a qual você está se candidatando. Não apenas porque precisa do trabalho ou pelo salário, mas porque o candidato realmente se alinha aos valores da empresa.
Um erro comum que a especialista observou nos últimos anos é que muitos candidatos não pesquisam o que a empresa faz antes de comparecer à entrevista. Schwager aponta que costuma lembrar disso aos estudantes universitários que participavam de suas primeiras entrevistas, mas encontra cada vez mais profissionais experientes que nem sequer se dão ao trabalho de conhecer minimamente a atividade da empresa em que desejam trabalhar.
Conhecer seu interlocutor em uma entrevista de emprego não exige grande esforço e oferece uma vantagem importante: demonstra um interesse real pela vaga. Schwager destaca que é positivo quando, de forma natural, um candidato menciona algo sobre alguma publicação no perfil do LinkedIn ou no X da empresa durante a entrevista.
Isso demonstra que o candidato teve o interesse de navegar pelos perfis da empresa e conhecer sua situação, fazendo com que a conversa já comece de maneira favorável a seus interesses e mude a predisposição do entrevistador.
Se você tem muito interesse, mire alto. Por outro lado, a especialista sugere não se limitar apenas aos canais de contratação estabelecidos; se a pessoa realmente deseja a vaga, é recomendável entrar em contato com os superiores para demonstrar interesse.
Schwager afirma que algumas de suas contratações mais sólidas foram de pessoas que a contataram diretamente pelas redes sociais, demonstrando grande interesse e conhecimento sobre a empresa. Esses candidatos tendem a ser mais comprometidos e focados no processo de contratação.
As empresas buscam comprometimento
Segundo dados do relatório State of the Global Workplace 2024, elaborado pela Gallup, 62% dos funcionários consideram que têm níveis muito baixos de comprometimento com a empresa, enquanto 15% das equipes estão em situação de desconexão ativa. Apenas 23% dos empregados estão realmente engajados com seu trabalho.
Estima-se que esses baixos níveis de comprometimento gerem perdas de 8,9 trilhões de dólares para a economia global. Por esse motivo, as empresas estão priorizando o comprometimento de seus novos funcionários acima de outros fatores. Demonstrar esse comprometimento durante o processo seletivo dá aos candidatos alguns pontos extras em sua escolha.
Imagem | Pexels (Tim Gouw)
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
Ver 0 Comentários