Acreditávamos que a Geração Z estava deixando seus empregos por falta de comprometimento: eles argumentam que o motivo é “ranço”

Dizem que a Geração Z é preguiçosa, não tem comprometimento, não sabe trabalhar em equipe e, quando deixa o emprego, o faz de forma tão inconsciente que nem sequer confia que encontrará uma posição que realmente os satisfaça. De acordo com um relatório do Manpower Group, 47% da Geração Z pode deixar seus empregos em algum momento nos próximos 6 meses.

Apesar disso, indo contra a onda de críticas à geração, o diretor de marketing do Manpower Group enfatizou, de Madri, que o problema não está na falta de iniciativa dos jovens, mas sim no oposto. Ele garante que a Geração Z "não busca apenas um emprego, mas uma experiência profissional significativa" e que "as empresas que entendem isso e agem de acordo não apenas atrairão esse talento, mas também garantirão sua sustentabilidade ao longo do tempo". Na verdade, é mais fácil do que parece simpatizar com essa perspectiva.

Motivos da Geração Z para pedir demissão

Como afirmou a especialista em recursos humanos e influenciadora Silvia Moreno em um de seus últimos TikToks, o motivo pelo qual a Geração Z deixa seus empregos tão rapidamente não tem nada a ver com as acusações mais comuns, na abertura do texto. Ela garante que, se empregos estão sendo abandonados indiscriminadamente, é por causa de "má liderança, falta de propósito, empresas que não respeitam a saúde mental ou os horários, porque não temos o 'é assim que sempre foi feito' como desculpa válida e por uma infinidade de coisas que já cheiram a ultrapassadas".

Ainda mais importante do que a mensagem da influenciadora da Geração Z é um dos comentários mais votados no vídeo do TikTok, onde um usuário de 54 anos diz estar muito feliz com a visão que os jovens de hoje têm em relação ao trabalho: "vocês são a geração mais bem preparada academicamente, nosso esforço tem sido para que vocês tenham uma vida melhor, não o contrário".

A realidade dos jovens de hoje é compreensível porque, como relatou o estudo da Manpower, "suas expectativas mudaram". Nem tudo se resume a um salário competitivo como o que antes justificava aguentar pressões sucessivas, mas eles querem "sentir-se ouvidos, ter impacto, ter acesso a formação contínua e desfrutar de flexibilidade real". Diante de empresas que continuam anunciando lucros ano após ano, parece lógico querer avançar nessa direção em vez de se resignar a continuar como sempre.

Imagem | Christina516 em Midjourney