Um estudo recente, publicado no dia 22 de julho de 2025 na revista científica Nature Communications, trouxe um alerta que deixou cientistas de todo o mundo preocupados: a Circulação Meridional de Revolvimento do Atlântico (Atlantic Meridional Overturning Circulation, AMOC, em inglês), uma das correntes oceânicas mais importantes do planeta, pode colapsar até o final deste século.
Esse sistema de correntes oceânicas, que é fundamental para a regulação do clima no mundo todo, apresenta sinais de enfraquecimento acelerado em consequência do aquecimento global. Segundo os cientistas, o colapso da AMOC pode ocorrer entre 2075 e 2100, trazendo consequências climáticas graves, como invernos mais severos na Europa, colapso das chuvas na Amazônia, elevação do nível do mar e ondas de calor mais intensas nas regiões tropicais. A seguir, confira as principais informações do estudo:
O que é a AMOC e por que ela preocupa cientistas
A Circulação Meridional de Revolvimento do Atlântico, conhecida popularmente como AMOC, funciona como se fosse uma esteira no oceano. Ela transporta águas quentes da região tropical para o norte e devolve águas frias das altas latitudes para o sul. Esse ciclo, que leva cerca de mil anos para se completar, mantém o equilíbrio do sistema climático da Terra. É justamente devido a esse mecanismo que a Europa Ocidental possui um clima mais ameno do que seria esperado em sua latitude.
Mas por que cientistas estão preocupados com essa corrente oceânica? Com base em modelos climáticos e análises de sedimentos marinhos, eles descobriram que a AMOC está extremamente vulnerável. Os resultados da análise sugerem que a corrente pode entrar em colapso após 2100. No entanto, os primeiros sinais de instabilidade podem ser sentidos nas próximas duas décadas, o que cria um alerta sobre a necessidade de ações rápidas para evitar que isso aconteça.
Entenda quais seriam os impactos do colapso da AMOC

Se a AMOC realmente entrar em colapso, seus efeitos poderão ser sentidos em diferentes continentes. A Europa, por exemplo, pode sofrer com invernos mais rigorosos e verões mais secos, o que pode afetar o sistema agrícola dos países do continente. O deslocamento da faixa de chuvas global também pode impactar o sistema de monções na Ásia e na África, além de reduzir a pluviosidade em regiões tropicais.
Outra região que seria extremamente afetada é a Amazônia. Segundo os pesquisadores, o enfraquecimento da AMOC pode deslocar as chuvas equatoriais, comprometendo principalmente o norte da floresta, uma das áreas mais preservadas. Além de afetar a biodiversidade da região, esse deslocamento pode reduzir a capacidade de regeneração da floresta, alterando de forma permanente o ciclo das chuvas no continente.
Como evitar o colapso da AMOC
Apesar da gravidade do alerta, os cientistas envolvidos no estudo acreditam que ainda há espaço para evitar o colapso da AMOC. No entanto, para que isso acontecesse, seria necessário reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa, como o metano e dióxido de carbono. Mas como fazer isso? Investindo em energia renovável, políticas de descarbonização e práticas sustentáveis em escala global.
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