Tendências do dia

Cientistas emitem alerta sobre fenômeno preocupante que pode causar o desligamento completo de uma poderosa corrente oceânica

Pesquisa indica que a Circulação Meridional de Revolvimento do Atlântico, conhecida como AMOC, pode falhar antes de 2100, o que pode aumentar fenômenos climáticos extremos na Europa e no Brasil

Calotas polares no oceano. Créditos: banco de imagens
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
laura-vieira

Laura Vieira

Redatora
laura-vieira

Laura Vieira

Redatora

Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

160 publicaciones de Laura Vieira

Um estudo recente, publicado no dia 22 de julho de 2025 na revista científica Nature Communications, trouxe um alerta que deixou cientistas de todo o mundo preocupados: a Circulação Meridional de Revolvimento do Atlântico (Atlantic Meridional Overturning Circulation, AMOC, em inglês), uma das correntes oceânicas mais importantes do planeta, pode colapsar até o final deste século

Esse sistema de correntes oceânicas, que é fundamental para a regulação do clima no mundo todo, apresenta sinais de enfraquecimento acelerado em consequência do aquecimento global. Segundo os cientistas, o colapso da AMOC pode ocorrer entre 2075 e 2100, trazendo consequências climáticas graves, como invernos mais severos na Europa, colapso das chuvas na Amazônia, elevação do nível do mar e ondas de calor mais intensas nas regiões tropicais. A seguir, confira as principais informações do estudo:

O que é a AMOC e por que ela preocupa cientistas

A Circulação Meridional de Revolvimento do Atlântico, conhecida popularmente como AMOC, funciona como se fosse uma esteira no oceano. Ela transporta águas quentes da região tropical para o norte e devolve águas frias das altas latitudes para o sul. Esse ciclo, que leva cerca de mil anos para se completar, mantém o equilíbrio do sistema climático da Terra. É justamente devido a esse mecanismo que a Europa Ocidental possui um clima mais ameno do que seria esperado em sua latitude.

Mas por que cientistas estão preocupados com essa corrente oceânica? Com base em modelos climáticos e análises de sedimentos marinhos, eles descobriram que a AMOC está extremamente vulnerável. Os resultados da análise sugerem que a corrente pode entrar em colapso após 2100. No entanto, os primeiros sinais de instabilidade podem ser sentidos nas próximas duas décadas, o que cria um alerta sobre a necessidade de ações rápidas para evitar que isso aconteça. 

Entenda quais seriam os impactos do colapso da AMOC

Floresta Amazônica. Créditos: banco de imagens O enfraquecimento da AMOC pode afetar os padrões de chuva em várias regiões tropicais do planeta, inclusive da Amazônia.

Se a AMOC realmente entrar em colapso, seus efeitos poderão ser sentidos em diferentes continentes. A Europa, por exemplo,  pode sofrer com invernos mais rigorosos e verões mais secos, o que pode afetar o sistema agrícola dos países do continente. O deslocamento da faixa de chuvas global também pode impactar o sistema de monções na Ásia e na África, além de reduzir a pluviosidade em regiões tropicais.

Outra região que seria extremamente afetada é a Amazônia. Segundo os pesquisadores, o enfraquecimento da AMOC pode deslocar as chuvas equatoriais, comprometendo principalmente o norte da floresta, uma das áreas mais preservadas. Além de afetar a biodiversidade da região, esse deslocamento pode reduzir a capacidade de regeneração da floresta,  alterando de forma permanente o ciclo das chuvas no continente.

Como evitar o colapso da AMOC

Apesar da gravidade do alerta, os cientistas envolvidos no estudo acreditam que ainda há espaço para evitar o colapso da AMOC. No entanto, para que isso acontecesse, seria necessário reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa, como o metano e dióxido de carbono. Mas como fazer isso? Investindo em energia renovável, políticas de descarbonização e práticas sustentáveis em escala global.  





Inicio