Side stacking: a estratégia profissional que está mudando a forma como a geração Z trabalha

A geração Z não quer um plano de carreira — quer vários ao mesmo tempo

Jovem trabalhando. Créditos: Gettyimages
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Laura Vieira

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Laura Vieira

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Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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Durante muitos anos, ser bem sucedido estava associado a fatores como estabilidade, um bom emprego, um bom salário e crescer dentro da empresa. Mas essa equação começou a falhar, e a geração Z percebeu isso cedo. Afinal, eles cresceram em um cenário marcado pelas demissões em massa, alta inflação e um mercado cada vez menos previsível.

Em meio a essa realidade, um novo termo começou a ganhar espaço nas redes sociais e em discussões sobre o futuro do trabalho: side stacking. O termo refere-se a um movimento entre os jovens de combinar mais de uma fonte de renda além do trabalho “principal”, revelando uma mudança na forma como a geração Z enxerga trabalho, renda e segurança financeira.

O que é “side stacking” e por que ele vai além do trabalho extra?

O side stacking, ou empilhamento lateral, é um movimento profissional que segue uma lógica de empilhar fontes de renda em vez de depender de uma só. Ela pode ser entendida como um “bico”, mas só que com muito mais estratégia. Isso porque, ao invés de depender de uma única renda extra ocasional, a ideia é combinar várias fontes de renda ao mesmo tempo, como emprego formal, freelas, projetos digitais e consultoria, funcionando como um portfólio. Dessa forma, se uma fonte falha, as outras ajudam a manter o equilíbrio. 

O side stacking surge como uma resposta a um mercado de trabalho marcado por instabilidade, dificuldade em contratações e menos garantias de longo prazo. Mas o avanço do trabalho remoto, das plataformas digitais e dos freelancers tornou esse modelo viável. Hoje, é possível alternar tarefas, horários e projetos com muito mais fluidez entre as funções. 

Por que a geração Z adotou o side stacking como estratégia de sobrevivência?

A resposta é fácil: a geração Z entrou no mercado de trabalho em um momento bem complexo. Muitos desses profissionais entraram nos empregos convivendo com cortes, congelamentos de contratação e a quebra na expectativa de carreira. O resultado é uma relação diferente com o emprego, mais focada na autonomia por seguridade do que lealdade. Isso explica por que a geração Z lidera o crescimento de trabalhos paralelos, especialmente os ligados ao ambiente digital.

Side stacking pode ser visto como um caminho para o esgotamento físico e mental

Se ter um emprego tradicional já é cansativo, imagine só dois, três ou quatro. Essa é a grande questão desse modelo. Embora o side stacking ofereça mais autonomia e segurança financeira, ele também traz um risco de sobrecarga física e emocional. Conciliar múltiplas atividades exige disciplina, organização e limites para evitar o esgotamento profissional, conhecido como Síndrome de Burnout. É por isso que o sucesso desse modelo depende menos da quantidade de trabalhos e mais da capacidade de gerenciá-los com inteligência.

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