Smart glasses entram na mira dos cruzeiros: por que óculos inteligentes estão sendo barrados a bordo

Ray-Ban Meta, Apple Vision Pro e outros estão na mira de empresas

Óculos inteligentes
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Vika Rosa

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Vika Rosa

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, cobrindo os mais diversos temas. Apaixonada por ciência, tecnologia e games.


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Os óculos inteligentes, como o popular Ray-Ban Meta, tornaram-se ferramentas práticas para registrar o cotidiano sem precisar de um celular nas mãos. No entanto, o crescimento dessa tecnologia encontrou uma barreira significativa no setor de turismo: a MSC Cruzeiros, uma das maiores operadoras do mundo, proibiu o uso desses dispositivos em todas as áreas públicas de seus navios.

A medida, que já está em vigor, visa impedir que passageiros e tripulantes sejam gravados de forma discreta ou secreta. Segundo a companhia, a restrição inclui qualquer item "capaz de gravar ou transmitir dados de forma encoberta", o que abrange desde óculos com câmeras até dispositivos de realidade aumentada, como o Apple Vision Pro.

Onde o uso é proibido?

A política da MSC é rígida quanto aos espaços de convivência. Os passageiros não podem utilizar os óculos inteligentes em:

  • Salas de jantar e restaurantes.
  • Áreas de piscina e lounges.
  • Teatros e espaços de entretenimento.

Os dispositivos podem ser levados a bordo, mas devem permanecer guardados em suas capas ou bolsas enquanto o hóspede estiver fora de sua cabine privada — o único local do navio onde o uso é permitido sem restrições. Caso as regras sejam desrespeitadas, a tripulação tem autoridade para confiscar o aparelho, devolvendo-o apenas no final da viagem.

Privacidade vs. inovação: o dilema das companhias

A grande preocupação da MSC é que, embora a maioria dos óculos inteligentes possua um LED indicador de gravação, esses sinais podem passar despercebidos em ambientes ensolarados ou muito movimentados, violando a privacidade alheia.

Enquanto a MSC adota uma postura de tolerância zero, outras empresas do setor têm políticas variadas:

  • Carnival Cruise Line: permite o uso em áreas públicas, mas proíbe os óculos durante operações de embarque e desembarque nas passarelas (gangways).
  • Disney: segue o caminho oposto, explorando o uso de óculos de realidade estendida para criar experiências "mágicas" e sobrepor informações digitais ao mundo real em seus parques e cruzeiros.

A tendência indica que, à medida que os smart glasses se tornam mais comuns e visualmente idênticos aos óculos tradicionais, o debate sobre segurança e privacidade forçará cada vez mais as empresas de hospitalidade a criarem diretrizes claras sobre onde a tecnologia termina e a intimidade do passageiro começa.

Em contrapartida, outras empresas, como a Disney, podem aproveitar a tecnologia para ampliar seus serviços, tornando o uso dos óculos em parte da experiência.

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