Os óculos inteligentes, como o popular Ray-Ban Meta, tornaram-se ferramentas práticas para registrar o cotidiano sem precisar de um celular nas mãos. No entanto, o crescimento dessa tecnologia encontrou uma barreira significativa no setor de turismo: a MSC Cruzeiros, uma das maiores operadoras do mundo, proibiu o uso desses dispositivos em todas as áreas públicas de seus navios.
A medida, que já está em vigor, visa impedir que passageiros e tripulantes sejam gravados de forma discreta ou secreta. Segundo a companhia, a restrição inclui qualquer item "capaz de gravar ou transmitir dados de forma encoberta", o que abrange desde óculos com câmeras até dispositivos de realidade aumentada, como o Apple Vision Pro.
Onde o uso é proibido?
A política da MSC é rígida quanto aos espaços de convivência. Os passageiros não podem utilizar os óculos inteligentes em:
- Salas de jantar e restaurantes.
- Áreas de piscina e lounges.
- Teatros e espaços de entretenimento.
Os dispositivos podem ser levados a bordo, mas devem permanecer guardados em suas capas ou bolsas enquanto o hóspede estiver fora de sua cabine privada — o único local do navio onde o uso é permitido sem restrições. Caso as regras sejam desrespeitadas, a tripulação tem autoridade para confiscar o aparelho, devolvendo-o apenas no final da viagem.
Privacidade vs. inovação: o dilema das companhias
A grande preocupação da MSC é que, embora a maioria dos óculos inteligentes possua um LED indicador de gravação, esses sinais podem passar despercebidos em ambientes ensolarados ou muito movimentados, violando a privacidade alheia.
Enquanto a MSC adota uma postura de tolerância zero, outras empresas do setor têm políticas variadas:
- Carnival Cruise Line: permite o uso em áreas públicas, mas proíbe os óculos durante operações de embarque e desembarque nas passarelas (gangways).
- Disney: segue o caminho oposto, explorando o uso de óculos de realidade estendida para criar experiências "mágicas" e sobrepor informações digitais ao mundo real em seus parques e cruzeiros.
A tendência indica que, à medida que os smart glasses se tornam mais comuns e visualmente idênticos aos óculos tradicionais, o debate sobre segurança e privacidade forçará cada vez mais as empresas de hospitalidade a criarem diretrizes claras sobre onde a tecnologia termina e a intimidade do passageiro começa.
Em contrapartida, outras empresas, como a Disney, podem aproveitar a tecnologia para ampliar seus serviços, tornando o uso dos óculos em parte da experiência.
Ver 0 Comentários