Adeus às caixas de som pesadas? Nova tecnologia japonesa transforma tecido em áudio e promete aposentar o modelo tradicional. Veja como funciona

A proposta é integrar sons em materiais do cotidiano, indo além de dispositivos eletrônicos rígidos

Alto-falante | Fonte da imagem:  Sensia Technology)
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Vika Rosa

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Vika Rosa

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, cobrindo os mais diversos temas. Apaixonada por ciência, tecnologia e games.


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A startup japonesa Sensia Technology está desafiando as convenções do design de áudio ao apresentar um alto-falante portátil que abdica de cones, ímãs e caixas rígidas. O dispositivo é, essencialmente, um pedaço de tecido eletrônico flexível que transforma toda a sua superfície trançada em um emissor de som.

Diferente de produtos anteriores que apenas escondiam drivers convencionais dentro de capas de pano, esta tecnologia permite que o próprio material têxtil funcione como o transdutor de áudio.

Como funciona o som eletrostático no tecido

A tecnologia, desenvolvida originalmente no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada (AIST) do Japão, baseia-se na arquitetura de alto-falantes eletrostáticos. O material integra fibras condutoras em uma estrutura que funciona como um capacitor flexível:

  • Vibração por campo elétrico: duas camadas condutoras são separadas por uma película fina. Quando o sinal de áudio é aplicado, ele modula o campo elétrico entre essas camadas.
  • Emissão uniforme: essa oscilação faz com que o tecido vibre e desloque o ar, gerando som de forma uniforme por toda a extensão da peça, eliminando "zonas mortas" comuns em caixas acústicas tradicionais.

Um pequeno módulo plástico na borda do tecido abriga a bateria, o circuito para conectividade sem fio e os componentes de acionamento.

O futuro do áudio integrado e vestível

Atualmente, o dispositivo consegue atingir níveis de pressão sonora em torno de 68 a 71 decibéis, o que o torna ideal para audição pessoal ou ambientes tranquilos. 

A Sensia sugere usos criativos, como pendurar o alto-falante na parede como uma tapeçaria sonora ou integrá-lo a lençóis e almofadas.

Embora ainda seja um produto de nicho, a microeletrônica flexível aplicada pela startup pode redefinir o hardware de áudio no futuro. Se a tecnologia ganhar escala, o som poderá ser integrado nativamente em materiais do cotidiano, como roupas e revestimentos de móveis, deixando de estar confinado em dispositivos eletrônicos rígidos.

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