Dar o primeiro celular pros filhos pode virar uma baita dor de cabeça pros pais. Mesmo com as vantagens, tipo saber onde o filho está o tempo todo, o que deixa os pais mais tranquilos, também pode trazer vários problemas se o jovem não usar o aparelho com responsabilidade.
O uso do celular durante a adolescência tem sido tema de vários estudos e já está ligado a problemas de sono e até a um desempenho escolar pior. Tem motivo de sobra pra essa decisão ser feita em conjunto dentro de casa, mas a realidade não é bem assim. A pressão social pesa bastante, e por isso muitos pais acabam cedendo ao pedido dos filhos antes da idade que os especialistas recomendam.
Um acordo em família pra incentivar uma adolescência sem celular
Catalunha parece estar na frente nessa parada de atrasar o uso do celular entre a garotada e, nos últimos anos, lançou várias iniciativas bem legais. Tem desde grupos no Telegram até um tal de “Pacto de famílias”, que é promovido pela plataforma chamada “Adolescência livre de celulares”.
Nascida na Catalunha, mas com impacto em toda Espanha, a proposta dessa plataforma é adiar a entrega do primeiro smartphone até os 16 anos. Essa é justamente a idade recomendada pela Associação Espanhola de Pediatria, que sugere que menores de 16 anos não passem mais de duas horas por dia em frente às telas, contando o tempo de aula e dever de casa.
Com essa iniciativa, que já foi assinada por mais de 5.900 famílias em toda a Espanha, os pais se comprometem a segurar a entrega do primeiro smartphone até os 16 anos. Esse compromisso se renova automaticamente todo ano, mas o pai ou a mãe pode desistir a qualquer momento se a situação mudar.

O objetivo, entre outras coisas, é frear essa pressão social que rola hoje em dia em volta da tecnologia, especialmente para a galera mais nova. O famoso “todo mundo tem celular” virou o novo “é que o fulano pode ficar acordado até as 11”, uma realidade que as famílias de hoje estão tendo que engolir rapidinho e que acabou gerando um desejo coletivo de se unir pra diminuir essa pressão toda.
Xavi Casanovas, vice-presidente do Adolescência Livre de Celulares na Catalunha, conta pra galera do Xataka que o pacto serve pra deixar claro em cada escola e em cada turma quantas famílias estão firmes na ideia de atrasar a chegada do celular. Fazendo isso, a gente consegue acabar com aquela pressão social que os pais sentem quando acham que são os únicos que não vão dar o celular pros filhos.
Ele também traz um dado bem interessante: se só 20% da turma já não tiver celular, essa pressão social já some. A ideia é que as famílias consigam manter a decisão que tomaram e a gente crie um bloqueio contra o que antes rolava no automático, tipo aquela pressão invisível que ninguém sabe de onde veio, mas todo mundo sente.
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