No dia 4 de setembro de 2025, a Polícia Civil da 37ª DP do Rio de Janeiro (Ilha do Governador) prendeu Dário Miguel Ferreira, homem suspeito de montar uma central clandestina de mineração de bitcoins dentro de uma casa no mesmo bairro. Para sustentar os equipamentos de alto consumo de energia, o homem recorreu a uma fraude elétrica, conhecida popularmente como “gato”, que desviava eletricidade sem passar pelo medidor oficial. O esquema foi descoberto após denúncias de vizinhos incomodados com o barulho vindo do imóvel.
Entenda o que são bitcoins
Se você não está por dentro do campo das criptomoedas, precisa entender o que são os bitcoins. Criado em 2009, o bitcoin é a primeira moeda descentralizada do mundo e pode ser usada como forma de pagamento em locais que aceitam a criptomoeda. Mas o que a torna uma moeda tão “especial”? Diferente das moedas tradicionais, o bitcoin não depende de bancos ou governos para circular. Todas as transações são registradas em um sistema público chamado blockchain, que funciona como um grande livro contábil digital.
Para manter essa rede, existe o processo de mineração. Nele, computadores de alto desempenho competem entre si para resolver cálculos matemáticos complexos e encontrar um código válido de acordo com o algoritmo de segurança. Cada vez que um desses cálculos é solucionado, um novo bloco é adicionado à blockchain e o minerador recebe bitcoins como recompensa. No início, qualquer computador doméstico conseguia participar. Hoje, com a alta concorrência, apenas máquinas especializadas, como as ASICs, conseguem realizar essa tarefa.
Homem alugou uma casa na Ilha do Governador para cometer o crime
De acordo com nota divulgada pela Polícia Civil, o imóvel usado por Dário Miguel Ferreira, localizado na rua Magno Martins, foi alugado exclusivamente para manter a operação clandestina de mineração de bitcoins. Dentro da residência, os policiais encontraram várias máquinas de alto desempenho ligadas 24 horas por dia, além de equipamentos improvisados para resfriar os computadores. O delegado responsável pelo caso, Felipe Santoro, titular da 37ª DP, explicou que o barulho frequente das máquinas chamou a atenção da vizinhança, o que acabou levando às denúncias. Sem o uso de um medidor de luz, a casa consumia grandes quantidades de energia sem pagar nada por isso, caracterizando o crime de furto de eletricidade.
Minerar bitcoin é um processo que consome muita energia
Minerar bitcoins não é uma prática considerada criminosa. O que levou a Polícia Civil do Rio a prender Dário foi o fato dele utilizar um gato para desviar energia elétrica e manter sua estrutura clandestina funcionando sem pagar a conta de luz. Esse detalhe chama atenção porque, de acordo com um artigo realizado pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, a mineração de bitcoins gasta, por ano, mais energia elétrica do que países inteiros, como a Argentina. Isso acontece porque a atividade exige o funcionamento contínuo de computadores muito potentes para validar as transações, um processo que é chamado de prova de trabalho.
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