A China tem um fascínio particular por números que parecem impossíveis e, desta vez, eles olharam para a física, sorriram e perguntaram: “e se…?”. Pesquisadores do país colocaram um veículo experimental de levitação magnética, pesando cerca de uma tonelada, para sair do zero e chegar aos 700 km/h em apenas dois segundos. Não é ficção científica, não é animação: foi um teste real, registrado pela televisão estatal chinesa.
O protótipo, que mais parece um chassi em cima de trilhos de laboratório, correu por uma pista de apenas 400 metros usando um sistema de levitação magnética supercondutora. O resultado? A maior velocidade já registrada para plataformas desse tipo — com direito a imagens impressionantes do veículo envolto em vapor, acelerando de forma quase instantânea e freando de maneira igualmente brutal no fim do percurso.
Esse avanço não foi obra de um golpe de sorte. A equipe da Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa levou dez anos para chegar até aqui, enfrentando desafios que soam como lista de algum filme de ficção científica: propulsão eletromagnética em velocidades “ultra-elevadas”, suspensão guiada com precisão cirúrgica, armazenamento de energia de altíssima potência e uso de ímãs supercondutores de campo elevado.
Mas o que tudo isso significa fora do laboratório?
Segundo os pesquisadores, os resultados apontam para um futuro onde trens maglev circulam dentro de tubos de vácuo — algo próximo do conceito de hyperloop — com velocidades muito além do que conhecemos hoje. E não para por aí: a tecnologia também pode apoiar lançamentos aeroespaciais e servir de plataforma para testes extremos de alta velocidade.
Não é a primeira vez que a China aposta pesado no maglev. Desde 2004, quando inaugurou a linha entre o aeroporto de Pudong e a periferia de Xangai, o país vem empilhando marcos: em 2021, apresentou um trem de 600 km/h; em 2022, testou um veículo capaz de levitar 35 mm acima do asfalto.
Agora, com um protótipo que dispara como foguete e para em poucos metros, o transporte do futuro pode ainda não estar pronto, mas a China quer chegar primeiro — e bem rápido.
Crédito de imagem: Xataka Brasil
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