Embora Dragon Ball tenha se tornado um dos animes mais importantes da história, a série não parecia se encaixar totalmente entre os espectadores durante seus primeiros anos no Ocidente. Muitas pessoas, especialmente as mais velhas, não compreendiam muito a obra, mas uma das minhas análises favoritas vem de um dos jornais mais prestigiados dos EUA.
Em 1999, o Wall Street Journal falou sobre o enorme sucesso de Dragon Ball nos EUA, afirmando que o desenho chegou a ter 1,7 milhão de espectadores durante o arco de Freeza, algo nunca visto no Cartoon Network, canal em que era exibido, e destacando que era um espetáculo cheio de violência que as crianças assistiam ao voltar da escola.

Mas o melhor de tudo é a comparação absurda que fizeram: "Uma espécie de mistura entre Pokémon e Pulp Fiction, o programa é muito mais sombrio que a média dos desenhos animados infantis", duas séries que não têm nada a ver com Dragon Ball, mas, como era moda na época, eram usadas para que parte das pessoas entendesse a proposta.
Outro ponto a destacar do artigo é que ele reiterava que nenhum pai havia feito uma reclamação formal ao Cartoon Network, embora isso tenha explicação: a série era censurada ao máximo e, sempre que possível, incluíam intervalos durante os episódios nos quais um apresentador falava sobre a raiva e como controlá-la, mantendo o equilíbrio perfeito para que a série pudesse ser exibida sem gerar muitas queixas.
Felizmente, os tempos mudaram e, embora ainda haja certa censura, ela não chega ao nível do que se via naquela época. O que surpreende é que, apesar de rotular a série como violenta, o jornal também destacou o enorme sucesso que ela alcançou e o mérito da obra por se posicionar entre os assuntos mais comentados na internet na época — algo impensável para eles e que evidenciava o enorme potencial dessa indústria no Ocidente.
Este texto foi traduzido/adaptado do site Vida Extra.
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