A geração Z está revolucionando o mundo do trabalho ao incorporar à sua carreira valores como o autocuidado e a flexibilidade, fatores que as gerações anteriores deixaram em segundo plano. Isso tem aberto para eles um novo leque de oportunidades profissionais que foram desprezadas pelas gerações anteriores, que as classificavam como entediantes e monótonas.
A geração Z está conseguindo tirar ótimo proveito dessas áreas, em grande parte devido à falta de renovação geracional nessas profissões.
As empresas precisam de mais contadores
O trabalho de contador foi desvalorizado pelos millennials como símbolo de um emprego enfadonho. No entanto, com a expectativa de que 75% dos contadores atuais se aposentem na próxima década, a Fortune estima que o mercado de trabalho dos EUA precisará de cerca de 340 mil contadores.
Isso abriu uma janela de oportunidade para a geração Z, que vê nesse emprego uma forma de alinhar-se aos seus valores e evitar abrir mão do autocuidado da saúde mental — um fator que tem levado muitos jovens a não buscarem promoções devido ao alto custo em seus níveis de estresse.
O índice de empregabilidade está em 94%
Segundo um estudo de 2022 realizado pelo Centro de Estudos Financeiros, Universidade à Distância de Madrid e Universidade de Múrcia, na Espanha, 94% dos estudantes de Contabilidade que concluíam seus estudos conseguiam um emprego de qualidade, em tempo integral, com salários brutos médios acima de 30.000 euros anuais (R$ 192 mil), e quase 20% alcançavam salários superiores a 40.000 euros (R$ 255 mil) em pouco tempo.
Ser contador é, segundo um estudo de 2022 da Universidade de Essex, a segunda profissão mais entediante, ficando atrás apenas de analista de dados. Apesar dessa classificação, a revista Fortune destaca que alguns estudantes universitários estão usando seus conhecimentos em contabilidade para gerar um impacto positivo em suas comunidades, ajudando pessoas com seus impostos e finanças pessoais.
Essas experiências atendem a outra das prioridades da geração Z: fazer um trabalho com propósito. Essa ajuda não só lhes proporciona satisfação pessoal, como também serve como forma de adquirir experiência e acesso a melhores salários após a formatura.
Saúde mental e estabilidade
Diferentemente dos millennials, que priorizavam flexibilidade no trabalho e carreiras mais dinâmicas, os jovens da geração Z buscam empregos que ofereçam estabilidade para desenvolver suas vidas e um menor impacto na saúde mental.
Segundo o relatório “Um problema do tamanho de uma casa”, elaborado pelo Conselho da Juventude da Espanha, 87% dos jovens no país precisam dividir moradia para reduzir despesas e conseguir se emancipar. Dados da Eurostat mostram que, em 2023, a idade média para sair da casa dos pais na Espanha era de 30,4 anos, tornando a conquista de um emprego estável e bem remunerado uma das principais preocupações dessa geração.
Profissões esquecidas agora em alta
O mundo que a geração Z enfrenta é muito diferente daquele que se apresentava às gerações anteriores. Os jovens trocaram cursos universitários e empregos precários de escritório por formações profissionais e ofícios bem remunerados.
Dito isso, a chegada da IA é uma sombra longa para os empregos desse setor que, segundo previsões, corre alto risco de automação. No entanto, vozes importantes no desenvolvimento da IA, como Sam Altman, têm antecipado que o papel da IA nesses setores será o de eliminar o trabalho mais tedioso de transposição de dados, deixando aos humanos a análise estratégica desses dados.
Imagem | Unsplash (Mimi Thian)
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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