Às vezes, a vida selvagem tem momentos tão incríveis que nem os documentários mais caprichados conseguiriam prever. Como este que aconteceu no norte do Canadá, onde pesquisadores flagraram algo que parece saído de um roteiro de uma animação, mas é real: uma fêmea de urso-polar adotando um filhote.
O registro aconteceu na região de Churchill, na Baía de Hudson — um dos pontos do planeta mais conhecidos pela presença desses animais. Os cientistas acompanhavam uma fêmea jovem, de cerca de cinco anos, desde a primavera. Quando ela deixou o esconderijo onde deu à luz, tinha apenas um filhote, marcado com identificação para estudo.
Meses depois, no outono, veio a surpresa: a mesma ursa reapareceu… agora com dois filhotes. Um deles tinha marcação. O outro, não. E foi aí que começou a investigação.
Segundo os pesquisadores, esse é apenas o 13º caso de adoção registrado entre milhares de ursos monitorados ao longo de quase cinco décadas. Ou seja: é algo que praticamente não acontece. A equipe ainda tenta descobrir quem seria a mãe biológica do “novo” filhote — e, principalmente, o que pode ter dado errado no caminho.
Mas há um ponto que chama ainda mais atenção: a ursa simplesmente decidiu cuidar dos dois como se fossem irmãos de sangue. Em um cenário em que o clima do Ártico muda rápido demais e o alimento se torna cada vez mais difícil, qualquer gesto que aumente as chances de sobrevivência faz diferença.
Filhotes de urso-polar têm, em média, apenas 50% de chance de chegar à idade adulta. Com uma mãe atenta, esse número sobe. Por enquanto, os dois parecem saudáveis — e devem continuar ao lado dela até por volta dos dois anos e meio, quando finalmente aprenderão a caçar no gelo e encarar o Ártico por conta própria.
Crédito de imagem: Dave Sandford / Discover Churchill (Wildlife Photographer, Guide, and Polar Bears International Photo Ambassador)
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