Médicos na Romênia documentaram um caso raro que chocou a comunidade médica: a remoção de um verme redondo vivo de 11 centímetros da pálpebra esquerda de uma paciente. O incidente, relatado pelo New England Journal of Medicine, começou de forma sutil, mas escalou para a percepção aterrorizante de algo se movendo sob a pele.
A paciente procurou atendimento após notar um inchaço migratório. Cerca de um mês antes, um pequeno nódulo duro havia surgido em sua têmpora direita, desaparecendo subitamente um dia antes de ela perceber algo "rastejando" em direção ao olho. Ao ser examinada, os médicos observaram uma lesão móvel em formato de verme enrolado logo abaixo da pele da pálpebra.
Fonte: New England Journal of Medicine, 2025
Parasita é raro em humanos
O parasita foi identificado como Dirofilaria repens, um verme transmitido por mosquitos e encontrado principalmente em cães, lobos e raposas. A paciente possuía um cachorro, o que pode ter contribuído para a infecção acidental.
Em seus hospedeiros naturais, o verme completa seu ciclo, mas em humanos, considerados hospedeiros acidentais, ele geralmente não se desenvolve totalmente e costuma migrar lentamente pelo tecido subcutâneo.
O caso da mulher romena ilustra essa migração, que cessou com a remoção. Para a paciente, os sintomas desapareceram completamente após o procedimento cirúrgico, confirmando o prognóstico geralmente positivo para este tipo de infecção.
Parasita é nativo da Europa, mas...
A Dirofilaria repens, antes concentrada na região do Mediterrâneo, está em franca expansão pela Europa, atingindo áreas mais ao norte e ao leste, como Estônia e Finlândia. Pesquisadores atribuem essa disseminação às mudanças climáticas, à expansão dos vetores (mosquitos) e ao aumento de viagens internacionais.
Em um caso registrado na Sérvia em 2023, microfilárias (as larvas do verme) foram encontradas no sangue de um paciente, um estágio do ciclo que é considerado excepcional em humanos e sugere uma possível adaptação do parasita ao corpo humano.
Ele tem um "parente" que existe na região do Brasil
No Brasil, embora casos de vermes migrando pelos olhos sejam extremamente raros, o país convive com parasitas que reforçam esse risco. A larva migrans cutânea (o popular bicho-geográfico), penetra a pele após contato com solo contaminado.
Já a Dirofilaria immitis, comum em cães e também transmitida por mosquitos, pode infectar humanos acidentalmente, formando nódulos subcutâneos ou pulmonares.
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