Fabrício Mainenti
RedatorDesde 2022, as empresas vêm anunciando constantemente o retorno ao escritório. Embora muitos especialistas estivessem convencidos de que essa tendência cessaria, 2025 trouxe ainda mais exigências para o retorno ao escritório cinco dias por semana e o abandono de toda flexibilidade.
E um novo estudo mostra que essa tendência não parece estar perto do fim: a Resume Builder indica que a tendência é de retorno aos escritórios. Especificamente, um em cada três entrevistados afirmou que, até 2026, planeja eliminar completamente o trabalho remoto de suas empresas, o que significa que exigirá que as pessoas compareçam ao escritório todos os dias.
Por outro lado, quase metade espera que os funcionários estejam no escritório pelo menos quatro dias por semana.
Embora o tamanho da amostra seja pequeno — pouco menos de mil líderes empresariais nos Estados Unidos — é importante ficar atento a essa informação, pois as principais tendências devem se espalhar para outros países. Esta pesquisa conclui que apenas uma pequena parcela continuará trabalhando totalmente de forma remota.
As razões para o retorno ao escritório
Empresas que estão aumentando os dias de trabalho presencial obrigatórios estão justificando essa decisão. Conforme relatado pela empresa que conduziu o estudo, os gerentes afirmam que isso melhora a cultura organizacional e aumenta a produtividade. 64% mencionam a cultura e 62% a produtividade.
45% reconhecem que desejam utilizar os escritórios alugados pela empresa. Mais de 10% afirmam que essa medida visa melhorar a satisfação dos funcionários, embora não esteja claro como pretendem fazer isso, visto que a grande maioria dos estudos sobre preferências de funcionários aponta para maior satisfação quando eles têm a liberdade de escolher onde trabalhar e acesso a horários mais flexíveis.
Além disso, como as demissões parecem estar aumentando, 8% admitem que estão aumentando os dias de trabalho presencial para induzir a rotatividade de pessoal. Já vimos estudos que mostram claramente que os gerentes estão exigindo que as pessoas retornem ao escritório para reduzir o quadro de funcionários e evitar demissões. Se um funcionário se demite voluntariamente, a empresa economiza com indenizações rescisórias.
A maioria não está oferecendo incentivos: apenas 28% oferecem benefícios para o retorno ao escritório. Mas geralmente não oferecem salários melhores (em um terço dos casos, sim), mas sim eventos sociais, alimentação e assim por diante. E, em alguns casos, oferecem auxílio-creche (30%).
Um modelo híbrido cada vez menos flexível
O modelo híbrido continua comum, mas está se tornando mais estruturado e menos flexível do que nos primeiros anos da pandemia. Segundo o estudo, até 2025, 28% das empresas já exigiam cinco dias de trabalho presencial, 13% impunham quatro dias e 28% três dias. Enquanto isso, apenas 11% permitiam que os funcionários optassem pelo trabalho totalmente remoto e apenas 1% das empresas oferecia essa opção.
Tudo isso está acontecendo nos Estados Unidos, mas considerando que as empresas de lá, principalmente do setor de tecnologia, adotaram o trabalho remoto em larga escala, com algumas como Amazon e Google afirmando que essa forma de trabalho seria permanente, é importante prestar atenção ao que está acontecendo por lá.
Até 2026, a demanda por cinco dias de folga aumentará para 30%, quatro dias para 17%, três dias para 25%, a opção de trabalhar totalmente de forma remota para 10%, e o número de empresas que oferecem trabalho remoto se aproximará de 2%, de acordo com dados apresentados pela Resume Builder.
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