Tendências do dia

No Reino Unido, um departamento inteiro de uma empresa precisou abrir mão do home office porque alguns “deram um migué” para fingir produtividade

Alguns funcionários haviam usado truques para fingir que estavam trabalhando. A Polícia da Grande Manchester (GMP) pretende agir com rigor contra esses funcionários.

Keylogger / Imagem: Mein-MMO
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
victor-bianchin

Victor Bianchin

Redator
victor-bianchin

Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

1243 publicaciones de Victor Bianchin

A Polícia da Grande Manchester (GMP), no Reino Unido, suspendeu os privilégios de home office de um departamento inteiro após constatar que vários funcionários haviam usado truques para fingir produtividade.

Segundo a revista The Register, pelo menos 26 pessoas estão sendo acusadas de má conduta depois que uma investigação indicou que provavelmente praticaram “Key Jamming”: colocar um objeto sobre uma tecla para mantê-la pressionada continuamente.

Terry Woods, chefe da GMP, declarou que esse tipo de comportamento é inaceitável, já que, afinal, as comunidades urbanas pagam pelos funcionários:

“O comportamento incomum das teclas se deve à pressão repetida, possivelmente causada por um objeto deixado sobre o teclado que mantém uma tecla pressionada. Nossas comunidades merecem que seu dinheiro seja usado de forma sensata, e quando um comportamento intencional é comprovado, podem ter certeza de que agiremos com firmeza nesta questão.”

Os funcionários foram descobertos depois que a autoridade instalou keyloggers para garantir que laptops e outros dispositivos de trabalho fossem usados apenas para fins profissionais.

Keyloggers e softwares similares são permitidos no Brasil

Isso seria permitido no Brasil? Depende. Em entrevista para o Bom Dia Espirito Santo, o advogado trabalhista Guilherme Machado explicou que as empresas têm direito de instalar programas de vigilância em computadores cedidos para o funcionário trabalhar. "Todavia, se esse computador for particular, (...) a empresa tem que adotar uma postura com maior cuidado para não violar a privacidade do empregado", afirmou. 

No início de setembro, o Itaú fez uma demissão em massa de funcionários que trabalhavam em home office com a justificativa de que eles não estavam cumprindo as horas acordadas no contrado de trabalho. O banco utilizou dados de tempo de tela, cliques e abas abertas em navegadores para basear a escolha de quem seria demitido. Em entrevista ao Intercept Brasil, alguns ex-funcionários que perderam o emprego afirmaram que não sabiam que estavam sendo monitorados.

Apesar de afirmar ter desligado funcionários que não tinham bom desempenho, entre eles havia trabalhadores bonificados pelo Programa de Remuneração por Alto Desempenho seis meses antes. O Sindicato dos Bancários entrou com um processo no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo e, ontem (6/10) anunciou um acordo com o banco: os afetados pelo desligamento poderão receber um pacote compensatório com até 10 salários, além da manutenção das taxas especiais para financiamentos imobiliários.  

Este texto foi traduzido/adaptado do site Mein-MMO.


Inicio