A Geração Z criou um novo termo para quem quer sair no horário e não busca promoções: minimalismo profissional

É o que se conhece como minimalismo profissional: trabalhar o suficiente e priorizar o tempo pessoal em relação ao trabalho

Geração Z / Imagem: Unsplash (Mushvig Niftaliyev)
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Victor Bianchin

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Victor Bianchin é jornalista.

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A Geração Z está mudando a forma como se entende o trabalho e o sucesso profissional. Enquanto gerações anteriores buscavam promoções e longas jornadas de trabalho, para esta geração, há novas prioridades que vão além do emprego. Não se trata de preguiça nem de falta de ambição, mas de uma mudança de enfoque que prioriza a qualidade de vida e o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, tudo isso em um momento marcado pela incerteza econômica, demissões em massa e a inteligência artificial.

Essa mudança ficou registrada sob o termo “minimalismo profissional”, que reflete como muitos jovens preferem manter seus empregos com o esforço necessário para garantir sua segurança financeira, mas sem buscar promoções que impliquem maiores responsabilidades e que, além disso, não venham acompanhadas de aumento salarial. Em vez disso, dedicam suas energias a atividades que os apaixonam fora do horário de trabalho.

Segundo o dicionário, minimalismo é a “tendência estética e intelectual que busca a expressão do essencial, eliminando o supérfluo”. Essa definição, aplicada ao âmbito laboral, se traduz em eliminar da equação tudo o que não traz benefícios, como horas extras, levar trabalho para casa ou arriscar adoecer por causa do emprego.

O minimalismo profissional busca simplificar o trabalho diário e limitar as responsabilidades ao estritamente necessário para cumprir o que está estabelecido no contrato de trabalho. Dessa forma, os trabalhadores mais jovens não esgotam suas energias em longas jornadas, mas procuram sair no horário e não ceder seu tempo pessoal ao trabalho.

Sete em cada dez jovens não querem ser chefes

Segundo uma pesquisa de junho de 2025 da Glassdoor com mais de 1.000 usuários de sua plataforma de empregos, 68% dos trabalhadores da Geração Z afirmaram que não buscariam um cargo de liderança se não fosse pelo salário ou pelo posto, um claro afastamento da tradicional escada corporativa que gerações anteriores subiam com entusiasmo.

Chris Martin, diretor de pesquisa da Glassdoor, acredita que esse modelo representa “uma mudança consciente que nos afasta da dependência de um único empregador, estabelece limites claros e gera múltiplas fontes de renda para a estabilidade financeira”. Para a Geração Z, essa abordagem não significa ser preguiçoso ou trabalhar menos, mas se posicionar contra a pressão da “cultura do hustle”.

Embora rejeitem determinados aspectos do trabalho que gerações anteriores abraçaram, a Geração Z continua sendo ambiciosa, mas à sua maneira. De fato, segundo outra pesquisa realizada pela Harris Poll entre usuários da Glassdoor, 57% desses jovens possuem pelo menos um segundo emprego, em comparação com 48% dos millennials que afirmam ter múltiplos empregos, 31% da Geração X e 21% dos Baby Boomers.

Isso demonstra que a Geração Z prefere garantir sua estabilidade financeira com vários empregos sem grandes responsabilidades, em vez de se dedicar totalmente a um único emprego que, a qualquer momento, pode perder. Como afirmava Martin, “Não é que a Geração Z rejeite o trabalho. Ela rejeita uma versão obsoleta do trabalho que lhe foi vendida”.

O verdadeiro trabalho é não se deixar levar

Após uma degradação progressiva da relação de confiança entre empregado e empresa, que resultou em trabalhadores com anos de dedicação sendo demitidos, a Geração Z começou a aplicar as mesmas regras de lealdade às empresas.

Em vez de priorizar o trabalho acima da vida pessoal, os jovens passaram a estabelecer limites ao tempo e ao esforço dedicados ao emprego, evitando que o cansaço e o burnout comprometam o tempo destinado à vida pessoal. Como destaca a Fast Company, um dos jovens participantes da pesquisa comentou: “Se as pessoas realmente se apaixonassem pelo trabalho, não ganhariam nada. Paixão é para o trabalho das 5 às 9, aquele que vem depois do expediente das 9 às 5”.

Imagem | Unsplash (Mushvig Niftaliyev)

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.


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