Noruega testou autonomia real de carros elétricos e tem veredito: Tesla e marcas chinesas estão um passo à frente

  • Neste verão, a organização norueguesa NAF realizou um teste em larga escala para medir a distância realmente percorrida por carros elétricos quando restam 20% e depois 10% da bateria

  • Isso é crucial para motoristas que desejam planejar suas viagens sem correr o risco de ficar sem carga

Imagem | NAF/Motor
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PH Mota

Redator
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Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

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Todos os anos, a NAF organiza o El Prix, o maior teste comparativo de carros elétricos do mundo. Após o teste de inverno realizado em temperaturas abaixo de zero, que prejudicaram a autonomia, a edição de verão de 2025 ocorreu em condições mais amenas, com temperaturas entre 7 e 17 °C.

Desta vez, em especial, as equipes não levaram os carros à pane total: elas mediram a distância já percorrida quando restavam apenas 20% e, em seguida, 10% da bateria. Esta é uma forma de mostrar quanto os carros realmente conseguem percorrer antes de precisarem ser recarregados, sabendo que a maioria dos motoristas não espera até que a bateria fique totalmente descarregada. O objetivo é claro: fornecer aos motoristas uma visão mais concreta da autonomia "útil". Embora os números do WLTP divulgados pelos fabricantes sejam baseados em um uso total da bateria de 100% a 0%, a maioria dos usuários planeja o carregamento bem antes de atingir esse limite crítico, para preservar a vida útil da bateria e evitar surpresas desagradáveis.

Resultados confirmam evolução dos veículos elétricos

Vários modelos chineses (neste caso, o Zeekr 7X) fazem parte do teste realizado no mercado norueguês © NAF/Motor Vários modelos chineses (neste caso, o Zeekr 7X) fazem parte do teste realizado no mercado norueguês © NAF/Motor

Dos 27 modelos testados, todos atuais, 20 percorreram mais de 492 km. Esses resultados confirmam o rápido progresso na autonomia: em cinco anos, os modelos avaliados pela NAF ganharam uma média de 200 km. O Lucid Air foi o campeão do teste, percorrendo 641 km antes de restarem apenas 20% da bateria. O interessante aqui é que o estudo destaca a margem disponível antes da pane. Um Tesla Model 3 já tinha quase 625 km no odômetro quando a bateria caiu para 10%, chegando a 721 km no momento da pane (dados de GPS; o carro mostrava 728,8 km, ou 1,11% a mais do que a distância realmente percorrida).

Tabela de autonomia (classificada por quilometragem total até a pane)

Modelo

KM PERCORRIDOS A 20%

KM PERCORRIDOS A 10%

KM PERCORRIDOS ATÉ PANE

Lucid Air

641

722

829

Tesla Model 3

560

625

721

BMW iX xDrive 60

534

592

691

Polestar 3

536

556

681

Audi A6 e-tron

539

594

656

Tesla Model Y

-

540

652

Polestar 4

511

587

627

Ford Capri

477

540

616

Volkswagen ID.7 GTX Tourer

460

528

595

Zeekr 7X

489

543

593

Opel Grandland

461

513

583

Volvo EX90

-

517

577

Kia EV3

444

502

574

BYD Tang

452

508

572

Porsche Macan 4

428

482

548

Ford Explorer

418

475

537

Hongqi EHS7

420

471

524

BYD Sealion 7

410

462

523

Peugeot e-5008

402

468

516

MG S5

399

442

492

Mercedes Classe G

358

413

467

Volkswagen ID.Buzz

347

402

454

Voyah Courage

360

405

452

Lotus Emeya R

355

404

450

MG Cyberster

340

393

429

Skoda Elroq

334

359

422

Tesla e marcas chinesas com boas avaliações

A boa notícia é que, em geral, as diferenças em relação aos valores WLTP permanecem limitadas, com a maioria dos carros atingindo ou superando ligeiramente os números oficiais. Este é o caso da Tesla e de alguns carros chineses, com o Model Y excedendo seu valor de homologação em 66 km. O Zeekr 7X (+52 km), o BYD Tang (+42 km), o Peugeot 5008 (+28 km) e o novo MG S5 (+27 km) também obtiveram bons resultados. Para o Model Y, trata-se de um desempenho positivo, já que o teste foi 11,2% superior à homologação.

Modelo

AUTONOMIA WLTP (km)

AUTONOMIA TESTE (KM)

Tesla Model Y

586

652

Zeekr 7X

541

593

BYD Tang

530

572

Peugeot e-5008

488

516

MGS5

465

492

Volkswagen ID7 GTX Tourer

568

595

Polestar 4

600

627

BYD Sealion 7

502

523

Tesla Model 3

702

721

Lotus Emeya

435

450

Opel Grandland

569

583

Mercedes Classe G EQ

455

467

Voyah Courage

440

452

Porsche Macan

543

548

Skoda Elroq

424

422

Volkswagen ID.Buzz

456

454

Audi A6 Avant e-tron

663

656

Ford Capri

627

616

MG Cyberster

443

429

Kia EV3

590

574

Audi Q6 e-tron

582

563

Polestar 3

695

670

Ford Explorer EV

566

537

Volvo EX90

609

577

Lucid Air

960

829

Por outro lado, alguns modelos, como o Audi Q6 e-tron, apresentaram uma autonomia ligeiramente inferior às suas promessas, o que nos lembra que a aerodinâmica, o peso e o software de gerenciamento da bateria desempenham um papel crucial nos últimos quilômetros (655 km). No entanto, seu odômetro foi um dos mais precisos, com apenas 0,1% de diferença em relação aos dados do GPS. O Lucid Air, por outro lado, foi decepcionante, pois, embora sua autonomia continue excepcional, o valor do teste ficou 131 km abaixo da homologação. Isso representa 13% a menos que o valor do WLTP. Outros veículos que ficaram abaixo da homologação apresentaram diferenças entre 3% e 5%.

Números úteis para motoristas

Este teste destaca uma lição simples: embora os carros elétricos modernos permitam viagens longas sem recarga, é melhor planejar suas paradas antes de atingir 10% e, idealmente, a partir de 20%. Os últimos quilômetros podem ser menos previsíveis, especialmente porque a potência e a velocidade costumam ser limitadas para preservar a bateria e a autonomia. No entanto, a edição de verão do El Prix mostra que, com uma pausa estratégica que combine descanso e recarga, a maioria dos veículos atuais consegue fazer viagens longas sem causar ansiedade com a autonomia.

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