Prometer o futuro é fácil para Elon Musk, especialmente quando ele vem embalado em slides de apresentação, tweets inflamados e aquela aura de “confie em mim, vai dar certo”. Mas, quando os números finalmente aparecem, a realidade costuma ser menos glamourosa. E nem estamos falando de enviar a humanidade para Marte. O constrangimento de agora é o caso dos Robotaxis da Tesla em Austin.
Enquanto Elon Musk falava em nada menos que 500 carros autônomos circulando até o fim do ano, um estudante de engenharia de 19 anos decidiu olhar os dados de perto. Usando a própria API do aplicativo Robotaxi da Tesla, ele criou um rastreador público — e aí veio a descoberta: apenas 34 Model Y realmente estão em operação na cidade texana. Sim, trinta e quatro.
Para piorar, o rastreador indica que, na prática, entre um e cinco veículos costumam estar ativos ao mesmo tempo. Ou seja: ou não existe demanda suficiente, ou o sistema simplesmente não aguenta rodar de forma mais ampla. Nenhum dos dois cenários é exatamente o sonho futurista que a Tesla vende há anos.
E isso sem contar o histórico recente do serviço. Desde o lançamento, em junho, os Robotaxis já chamaram a atenção da NHTSA, a agência de segurança viária dos EUA, por violações de trânsito logo no primeiro dia. Depois vieram três acidentes reportados — todos com supervisores humanos a bordo. Agora, a empresa corre para testar operações totalmente sem motorista em Austin, numa tentativa de salvar mais uma promessa de Musk.
Enquanto isso, rivais como a Waymo seguem jogando em outro campeonato, com uma frota de pelo menos 2.000 veículos em quatro grandes áreas metropolitanas. A Tesla, por sua vez, parece mais preocupada em moldar a narrativa do que em entregar escala real.
Crédito de imagem: Tim Goessman/Getty Images
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