Honda quer reinventar a roda; a marca se inspirou em uma invenção da MotoGP para revolucionar suas motos de rua

Todos conhecemos a roda como ela é, mas a Honda quer ir um passo além em sua busca por eficiência

A Honda quer reinventar a roda. A marca se inspirou em uma invenção da MotoGP para revolucionar suas motos de rua
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Sofia Bedeschi

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Sofia Bedeschi

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, gamer desde os 6 e criadora de comunidades desde os tempos do fã-clube da Beyoncé. Hoje, lidero uma rede gigante de mulheres apaixonadas por e-Sports. Amo escrever, pesquisar, criar narrativas que fazem sentido e perguntar “por quê?” até achar uma resposta boa (ou abrir mais perguntas ainda).

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A Honda quer reinventar a roda. Assim mesmo, sem rodeios e de forma literal. Não é piada nem exagero: a marca japonesa registrou uma patente que mira diretamente em um dos grandes problemas atuais da MotoGP — o calor que passa dos freios para os pneus dianteiros e acaba influenciando tanto a pressão quanto o desempenho nas corridas.

Para resolver isso, é preciso redesenhar, reinventar a roda como a conhecemos. E a ideia dificilmente ficará só no papel: a expectativa é que chegue às ruas e, claro, também à MotoGP.

Algo aparentemente simples como a roda pode se transformar em um invento revolucionário da Honda. O documento mostra a aplicação em uma CBR250RR do mercado asiático, mas é evidente que a proposta vai muito além.

Em um campeonato onde os comissários monitoram constantemente as pressões mínimas dos pneus, qualquer sistema que consiga isolar o calor dos freios pode fazer toda a diferença.

A situação é a seguinte: hoje, um piloto que corre sozinho e com ar limpo corre o risco de ver a pressão do pneu cair demais, enquanto quem anda no vácuo de outro aproveita o ar quente para se manter dentro dos limites do regulamento.

O coração do invento está no próprio conjunto de roda e freio

Em vez de depender apenas dos discos convencionais, a Honda propõe discos superdimensionados que se estendem até o centro da roda, funcionando como dissipadores de calor. Logo atrás, entre esses discos e os raios da roda, entram tampas aerodinâmicas desenhadas de forma minuciosa.

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Essas tampas têm uma dupla função: de um lado, incorporam perfis que canalizam o fluxo de ar para expulsar o calor; de outro, se apoiam na roda por meio de pequenas saliências que criam um espaço de ar constante. Esse colchão de ar impede que o calor passe do disco para a roda e, consequentemente, para o pneu. 

Em outras palavras, o freio pode chegar a mais de 600 ºC (temperatura normal em freios de carbono) sem que a borracha sofra diretamente.

Num cenário de MotoGP, isso permitiria que as equipes largassem com pressões iniciais mais altas, sabendo que não haverá um superaquecimento artificial capaz de dispará-las. Mais estabilidade, maior vida útil dos pneus e menos risco de punições por pressão baixa. E como na MotoGP qualquer detalhe faz diferença, esse pode pesar bastante.

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Embora a Honda tenha registrado a ideia em um modelo de rua modesto, a CBR250RR, a lógica da patente aponta claramente para a competição. Se funcionar, não será apenas um alívio diante das regras rígidas atuais, mas também abrirá caminho para uma gestão mais consistente dos pneus — justamente em um momento em que cada grau de temperatura e cada décimo de pressão se tornaram armas de campeonato. E talvez também chegue às ruas (afinal, por que aplicar isso em uma CBR250RR de rua, se não fosse para ter utilidade prática?). Como sempre, resta esperar.

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