Uma equipe australiana encontrou um fóssil de 151 milhões de anos pertencente à família Chironomidae (mosquitos não picadores que vivem em água doce) e é o membro mais antigo já encontrado no Hemisfério Sul. Uma das grandes características incomuns desse espécime é uma adaptação especial que permitia se prender firmemente a rochas, algo que até então só era visto em espécies marinhas.
Publicado na Gondwana Research, a espécie recebeu o nome Telmatomyia talbragarica, que significa “mosca das águas paradas”. Foram estudados seis fósseis (de pupas e adultos), mostrando que o inseto vivia em um ambiente de água doce — algo incomum para o mecanismo de fixação que possuía.
A descoberta muda o modo de pensar e estudar a origem do grupo Podonominae (um subgrupo da família), sugerindo que eles surgiram no Hemisfério Sul, no antigo supercontinente Gondwana, e depois se espalharam. Isso contrasta com teorias anteriores que apontavam o Hemisfério Norte como origem.
Atualmente, esses insetos vivem em regiões do Hemisfério Sul, como América do Sul, Austrália, África do Sul e Nova Zelândia. Essa distribuição está ligada ao fenômeno chamado vicariância — quando barreiras naturais separam populações e fazem com que elas evoluam de forma independente, criando novas espécies.
Capa da matéria: Getty Images/Charles Wollertz
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