Laura Vieira
RedatoraJornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.
A paleontologia é uma área da Ciência fascinante, que estuda o passado da vida na Terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico. É graças a esses estudos que os paleontólogos conseguiram descobrir que há cerca de 66 milhões de anos atrás, um asteroide gigantesco de aproximadamente 15 km de diâmetro atingiu o planeta, provocando mudanças drásticas no clima e levando à extinção de uma das espécies mais fantásticas que já existiram: os dinossauros.
Contudo, mesmo diante do grande impacto provocado pelo choque do asteroide no planeta, até poucos anos atrás não se fazia ideia onde ele havia caído. Esse desconhecimento é bem estranho, já que um evento tão gigantesco deveria ter deixado marcas claras na superfície terrestre. Mas onde ela está localizada e por que demorou mais de 600 milhões de anos para que fosse encontrada?
Cratera de Chicxulub: saiba o que é e onde ela está localizada
A Cratera de Chicxulub, nome dado a imensa cratera que foi gerada pelo impacto do asteroide que exterminou os dinossauro há 600 milhões de anos, fica localizada na Península de Iucatã, no México, escondida sob camadas de rocha, vegetação e parte do mar do Caribe. Ela tem cerca de 200 km de diâmetro, o que faz com que ela seja considerada uma das maiores crateras de impacto já registradas no planeta.
O mais curioso é que essa grande cratera foi encontrada totalmente ao acaso. Os primeiros a descobrirem sua localização foram geólogos, no final da década de 70. Eles haviam ido na região de Iucatã para buscar petróleo, mas acabaram identificando sinais típicos de impactos na região, como quartzo de choque, anomalias gravitacionais e tectitos (pequenas rochas de vidro que se formam devido impactos de grandes meteoroides).
Mais recentemente, pesquisas revelaram que o choque gerou também uma espécie de sistema hidrotermal subterrâneo, onde fluidos em alta temperatura circularam por milhares de anos após a colisão. Esse ambiente, segundo os cientistas, poderia até ter favorecido reações químicas importantes para o surgimento de formas primitivas de vida.
Por que os pesquisadores demoraram tanto tempo para descobrir a localização da Cratera de Chicxulub?
Mas se a cratera é tão grande assim, porque ninguém havia encontrado antes? A resposta está no contexto geológico e histórico da cratera. O primeiro e o mais importante motivo é que a cratera não está visível a olho nu. Isso porque o impacto aconteceu numa época em que a região era coberta por água, o que fez com que a estrutura se formasse submersa.
Com o passar de milhões de anos, o local foi sendo soterrado por sedimentos, recoberto pela floresta e pelo mar, além de dar origem a um complexo de cavernas submarinas. É justamente por estar escondida sob a superfície que ninguém conseguia enxergar algo tão grande.
Ou seja, a descoberta começou de forma quase acidental, quando geofísicos faziam levantamentos em busca de petróleo no local. Ao analisarem mapas magnéticos e gravitacionais, eles perceberam a presença de arcos simétricos no litoral e no continente do Iucatã. Quando compararam os dados, notaram que essas estruturas formavam um círculo perfeito de cerca de 180 a 200 km de diâmetro, com o centro próximo à cidade de Chicxulub.
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