Já imaginou drones equipados com raios laser sobrevoando galinheiros? Parece até uma cena de um filme de animação, como “A Fuga das Galinhas”. Mas, por mais que pareça ficção, algo bem semelhante está acontecendo no Japão. Só que, desta vez, nada tem a ver com um plano de fuga, mas sim com um esforço para manter as aves seguras. Isso porque os drones com raio laser foram projetados para enfrentar um problema grave no país: a gripe aviária. A seguir, entenda como o equipamento funciona e como consegue proteger as galinhas dessa doença.
Drones armados com raio laser são usados para combate da gripe aviária
A NTT, a maior empresa de telecomunicações e tecnologia do Japão, projetou um drone armado com raio laser para proteger galinhas de uma doença perigosíssima: a gripe aviária. A medida foi tomada porque o Japão tem enfrentado vários casos de gripe aviária em 2025. De acordo com um comunicado divulgado pela NTT, 51 casos da doença foram registrados em 14 prefeituras do país, só até fevereiro de 2025.
Devido a grave situação, no início do ano, as autoridades japonesas ordenaram o abate de mais de 3,3 milhões de frangos de criação. É por esse motivo que eles decidiram criar o drone BB102 para ajudá-los no combate da doença. Mas calma! Não pense que esse raio laser é utilizado para sacrificar galinhas contaminadas. Na verdade, os drones são utilizados para espantar as aves que causam a doença, como é o caso dos pombos.
Gripe aviária: entenda melhor a doença e os seus perigos
A gripe aviária não é uma gripezinha qualquer, como o próprio nome sugere. Na verdade, trata-se de uma doença perigosa que pode infectar aves, como as galinhas, mas também humanos. Ou seja, é considerada uma zoonose. Mas o que de fato é essa doença?
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, a gripe aviária é uma infecção causada pelo vírus influenza, transmitido pelo contato direto e desprotegido com animais infectados ou ambientes contaminados.
Em relação aos sintomas, nos seres humanos, o período de incubação varia de 1 a 10 dias, e os sintomas incluem febre alta, tosse, falta de ar e pneumonia, como também náusea, diarreia, dor abdominal e até falência de órgãos. Porém, vale dizer que, apesar de ser uma zoonose, a transmissão para pessoas é considerada rara, mas não impossível.
O diagnóstico é feito em laboratórios, quando há suspeita da doença, enquanto o tratamento indicado requer a ingestão de um medicamento um antiviral que deve ser tomado o quanto antes. A prevenção, no entanto, segue sendo a medida mais eficaz: evitar contato com aves doentes ou mortas e ambientes contaminados.
Os lasers não são nocivos para as galinhas

Por mais temeroso que seja, os drones equipados com raio laser não são utilizados para abater galinhas possivelmente contaminadas, mas para espantar outras aves transmissoras da doença, como pombos e corvos. Isso porque um dos principais meios de entrada do vírus nos galinheiros é justamente devido a aproximação de aves selvagens ou o contato com suas fezes. Até agora, a solução mais comum era o uso de telas de proteção, mas essas barreiras não eram suficientes para impedir completamente a intrusão desses animais.
Agora, com o novo sistema, os drones são equipados com o dispositivo “Kurna Move”, uma espécie de laser repelente que emite feixes de luz verde e vermelha. Mas como eles funcionam de fato? Por provocarem desconforto visual em aves como corvos e pombos, isso acaba afastando-os dos galinheiros. Para aumentar a eficácia, o laser é projetado em movimento e com variações aleatórias, evitando que os animais se acostumem à luz.
O ponto mais interessante é que o método não oferece nenhum risco às galinhas. Os raios não causam ferimentos, não produzem ruídos e não envolvem produtos químicos. Além disso, por ser uma solução limpa e de baixo impacto ambiental, também pode ser considerada sustentável. Ou seja, a ideia é reduzir drasticamente a possibilidade de contaminação sem comprometer o bem-estar das aves de criação.
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