Embora fosse esperado que os gigantes asiáticos dominassem os rankings de uso de IA, um novo relatório do AI Economy Institute da Microsoft consegue surpreender. Ele revela o ranking dos países que mais utilizam IA no mundo. O Brasil está em 60o lugar, atrás de vizinhos como Chile, Colômbia, Argentina e Uruguai.
O país que mais utiliza a tecnologia são os Emirados Árabes Unidos, com 59,4% de uso, seguido por Singapura (58,6%), Noruega (45,3%) e Irlanda (41,7%).
Não é preciso insistir no óbvio: nunca uma tecnologia foi adotada tão rapidamente, com mais de 1,2 bilhão de pessoas usando ferramentas de IA em menos de três anos. Isso é mais rápido do que a internet, o computador pessoal e até o smartphone.
Esse entusiasmo é resultado de vários fatores. Em primeiro lugar, a fácil acessibilidade à IA ajuda muito — é possível consultar rapidamente o Gemini, o ChatGPT, o Claude, o Perplexity, o Copilot e outros apenas abrindo uma página do navegador no computador, ou até mesmo pelo smartphone ou relógio inteligente.
Assim, não há necessidade de conhecimentos específicos nem de assinatura paga, fatores que poderiam afastar usuários com pouca familiaridade com informática. O fato de obter uma resposta direta e poder aprofundá-la, como se estivessem conversando com alguém, ajuda muito — mesmo que as respostas nem sempre sejam tão confiáveis quanto se gostaria e devam ser interpretadas com cautela.
Acima de tudo, o estudo destaca uma forte divisão Norte–Sul no uso da IA: ele é cerca de duas vezes maior nos países do “Norte global” do que nos do “Sul global”. A adoção é, logicamente, mais rápida nas regiões onde já existem condições básicas, como acesso à eletricidade, conectividade e competências digitais.
E outro fator se soma à equação: a língua. Cerca de metade do conteúdo da web aberta usado para treinar os modelos de IA está em inglês, embora apenas 14,15% da população mundial tenha o inglês como língua nativa.
Os países cujos idiomas são considerados “de poucos recursos” (ou seja, pouco representados nos acervos digitais), como Laos e Malaui, apresentam taxas de adoção significativamente mais baixas — mesmo após o ajuste dos dados de acordo com o PIB e o acesso à internet.
Este texto foi traduzido/adaptado do site JV Tech.
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