Algumas coisas parecem ser o que são sem nenhuma explicação. Um exemplo é o frasco de shoyu que, diferentemente de outros potes de molho, tem dois pequenos furos na tampa, quase imperceptível para os olhares desatentos. O objeto é discreto, funcional e aparentemente óbvio, mas esses furos têm um propósito muito claro e fazem toda a diferença no uso cotidiano, pois ajuda a controlar o fluxo do molho e a evitar desperdício à mesa.
Empresa redesenhou o frasco de shoyu para eliminar desperdício e respingos
Até os anos 1960, servir shoyu a mesa era muito menos simples do que parece hoje. Isso porque as garrafas disponíveis eram grandes, pouco práticas e quase sempre pingavam após o uso. Controlar a quantidade do molho desejado no prato era difícil, e a sujeira na mesa era quase inevitável.
Tudo mudou quando a Kikkoman, marca japonesa líder mundial em shoyu, decidiu intervir e mudar a experiência do consumidor com o produto. Eles mantiveram o mesmo conteúdo, mas convidaram Kenji Ekuan, um dos principais nomes do design industrial japonês, a criar algo que mudasse a forma como o shoyu era servido, mas que não chamasse muita atenção.
Hoje já existem alguns modelos de frasco de shoyu diferentes, pensados para regular o fluxo do molho com pressão. Créditos: Shutterstock
O desenvolvimento levou cerca de três anos e passou por mais de cem protótipos. Cada detalhe foi testado várias vezes, desde o ângulo do bico à espessura do vidro, do peso na mão à estabilidade sobre a mesa.
A solução final foi justamente os dois pequenos furos na tampa que permite a entrada controlada de ar, criando um equilíbrio de pressão que regula o fluxo do molho. Isso faz com que o shoyu saia de forma constante, sem espirrar e pare quando o frasco é reposicionado. O frasco praticamente “ensina” como deve ser usado, sem precisar de instruções.
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