A China inaugurou em Xangai o primeiro centro de dados submarino comercial totalmente alimentado por energia eólica marítima. É um salto evolutivo importante, após dois anos de experiência com sua instalação piloto em Hainan.
Por que isso é importante
A infraestrutura digital enfrenta duas crises em nível global:
- O consumo excessivo de energia dos centros de dados.
- A escassez de espaço urbano para expandi-los.
Essa instalação submarina resolve ambos os problemas de uma vez só, porque reduz o gasto energético em até 40% e libera espaço em terra firme.
O Contexto
A China já testou a viabilidade comercial dos centros de dados submarinos em Hainan desde dezembro de 2022, onde opera uma instalação a 30 metros de profundidade sem registrar uma única falha de servidor nesses dois anos e meio.
A Microsoft experimentou o Project Natick na Escócia em 2015, mas foi Hainan quem marcou a primeira implementação comercial real do mundo. Xangai representa agora a "versão 2.0" dessa tecnologia.
Este é um grande exemplo da estratégia chinesa, que integra 5G, IA e energias renováveis como um todo, e não como partes separadas.
Em números
- O investimento chega a 1,6 bilhão de yuans (aproximadamente R$1,2 bilhão) para criar um cluster submarino de 24 megawatts.
- O sistema de resfriamento natural por água do mar reduz o consumo de refrigeração do habitual 40-50% para menos de 10% do consumo total.
- Mais de 90% da energia virá de parques eólicos marítimos.
O que aconteceu
Na última terça-feira, dia 10 de junho, foi assinado o acordo tripartite entre as autoridades de Xangai e a empresa Hicloud Technology.
A primeira fase, de 2,3 MW, começará a operar em setembro como um projeto modelo nacional. A segunda escalará para os 24 MW completos com uma eficiência energética (PUE) inferior a 1,15.
E agora?
A instalação ancora um ecossistema industrial que dará suporte a IA, 5G, Internet das Coisas industrial e plataformas de comércio eletrônico fora da China.
O país consolida assim sua liderança em infraestrutura digital submarina, enquanto outros países continuam focados em expandir os centros de dados terrestres convencionais.
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