Sabíamos que os data centers gastavam muita energia; o que não imaginávamos é que a China ia afundá-los 30 metros debaixo do mar

Xangai inaugura o primeiro centro de dados submarino alimentado por energia eólica marítima, avançando a tecnologia já testada em Hainan desde 2022

Data Centers China Mar afundar energia. Imagem: Xataka
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência, gamer desde os 6 e criadora de comunidades desde os tempos do fã-clube da Beyoncé. Hoje, lidero uma rede gigante de mulheres apaixonadas por e-Sports. Amo escrever, pesquisar, criar narrativas que fazem sentido e perguntar “por quê?” até achar uma resposta boa (ou abrir mais perguntas ainda).

A China inaugurou em Xangai o primeiro centro de dados submarino comercial totalmente alimentado por energia eólica marítima. É um salto evolutivo importante, após dois anos de experiência com sua instalação piloto em Hainan.

Por que isso é importante

A infraestrutura digital enfrenta duas crises em nível global:

  • O consumo excessivo de energia dos centros de dados.
  • A escassez de espaço urbano para expandi-los.

Essa instalação submarina resolve ambos os problemas de uma vez só, porque reduz o gasto energético em até 40% e libera espaço em terra firme.

O Contexto

A China já testou a viabilidade comercial dos centros de dados submarinos em Hainan desde dezembro de 2022, onde opera uma instalação a 30 metros de profundidade sem registrar uma única falha de servidor nesses dois anos e meio.

A Microsoft experimentou o Project Natick na Escócia em 2015, mas foi Hainan quem marcou a primeira implementação comercial real do mundo. Xangai representa agora a "versão 2.0" dessa tecnologia.

Este é um grande exemplo da estratégia chinesa, que integra 5G, IA e energias renováveis como um todo, e não como partes separadas.

Em números

  • O investimento chega a 1,6 bilhão de yuans (aproximadamente R$1,2 bilhão) para criar um cluster submarino de 24 megawatts.
  • O sistema de resfriamento natural por água do mar reduz o consumo de refrigeração do habitual 40-50% para menos de 10% do consumo total.
  • Mais de 90% da energia virá de parques eólicos marítimos.

O que aconteceu

Na última terça-feira, dia 10 de junho, foi assinado o acordo tripartite entre as autoridades de Xangai e a empresa Hicloud Technology.

A primeira fase, de 2,3 MW, começará a operar em setembro como um projeto modelo nacional. A segunda escalará para os 24 MW completos com uma eficiência energética (PUE) inferior a 1,15.

E agora?

A instalação ancora um ecossistema industrial que dará suporte a IA, 5G, Internet das Coisas industrial e plataformas de comércio eletrônico fora da China.

O país consolida assim sua liderança em infraestrutura digital submarina, enquanto outros países continuam focados em expandir os centros de dados terrestres convencionais.

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