A terapia Sandplay ou "terapia do brincar" vem sendo usado por psicólogos infantis desde o início do século XX. Brinquedos e areia são alguns dos recursos mais comuns, mas desde 2010 os videogames estão sendo cada vez mais integrados à psicologia infantil, sendo Minecraft um dos bons exemplos.
Foi Oleksii Sukhorukov que pensou na ideia de usar o game da Mojang após ver seu filho jogar quando a guerra entre Ucrânia e Rússia começou em 2022. Foi aí que o então ex-psicólogo decidiu voltar para a área e utilizar o game como uma estratégia ao Play Therapy.
"Descobri que crianças ucranianas brincavam juntas online; algumas viviam sob ocupação russa, outras em áreas controladas pelo governo do país, alvos de ataques regulares de mísseis; algumas já haviam se tornado refugiadas. E, mesmo assim, ainda conseguiam brincar juntas, apoiar umas às outras e construir seu próprio mundo. Não é incrível? Eu queria aprender mais sobre como os videogames podem ser usados para o bem," disse ao The Guardian.
O psicólogo então se junto Universidade Técnica Nacional Donetsk para criar um servidor próprio moderado por terapeutas e assistentes sociais para sessões e até projetos para crianças com necessidades educacionais especiais.
Claro, o próprio Minecraft se ajuda nisso. Um dos jogos mais populares desde seu lançamento oficial em 2011 (2009 na versão alpha), o game que consiste em sobrevivência e construção é um ótimo jeito de crianças expressarem sua criatividade.
“Eu trabalhava em um serviço de aconselhamento presencial para jovens e, de repente, todos nós tivemos que migrar para o trabalho online”, disse Ellie Finch, uma assistente social. “Percebi rapidamente que oferecer aconselhamento a crianças e jovens por videochamadas tinha algumas limitações, e notei que muitos deles estavam jogando videogame. Comecei a conversar com eles sobre jogos, de que tipo eles gostavam, o que ganhavam jogando, quais avatares ou personagens eles gostavam de interpretar. Tudo isso me ajudou a entender melhor esses jovens e também mostrou que eu estava interessado no mundo deles. Rapidamente, percebi o benefício de estar realmente no jogo com eles.”
“Costumo começar a primeira sessão pedindo aos meus pacientes que criem um lugar seguro em seu mundo”, diz Finch. “Pode ser uma casa, um castelo, um observatório subaquático, uma casa na árvore, etc. O que o paciente cria e como ele cria me ajuda a aprender muito sobre ele na primeira sessão.”
Finch conta que cada paciente tem seu próprio mundo e suas próprias criações. Ao fim de cada sessão, uma conversa sobre as construções é iniciada para que a criança reflita.
Capa da matéria: Reprodução/Mojang/Microsoft
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