O futuro verde da tecnologia já começou — e a inteligência artificial pode estar no centro dele. Um novo levantamento mostra que soluções digitais podem aumentar em até 20% a eficiência energética do setor de TI e, de quebra, ajudar na redução das emissões globais de carbono. O dado reforça uma virada de chave histórica: o setor, que já foi visto como vilão ambiental, agora desponta como protagonista da descarbonização corporativa.
Em 2022, as empresas de tecnologia da informação e comunicação (TIC) foram responsáveis por cerca de 1,7% das emissões globais de CO2. Hoje, porém, ferramentas como IA, automação e computação em nuvem não apenas tornam os próprios processos mais sustentáveis, mas também ajudam outros setores a cortar emissões, otimizar recursos e economizar energia. Segundo projeções, essas tecnologias podem gerar até US$ 11 trilhões em benefícios econômicos por ano até 2030.
“A COP30 acontece num momento ideal para destacar o papel da tecnologia na eficiência energética. Mesmo com o consumo que os produtos de TI demandam, é possível gerar reduções líquidas de emissões, como softwares que otimizam a gestão de frotas e reduzem o gasto de combustível”, explica Tonimar Dal Aba, gerente técnico da ManageEngine no Brasil.
A empresa vem adotando data centers mais eficientes, programas de redução de resíduos e incentivos a boas práticas ambientais entre clientes. “A responsabilidade agora é estratégica: antecipar os próximos passos e ficar à frente das tecnologias que estão surgindo”, complementa Dal Aba.

De acordo com a IDC, o investimento global em soluções sustentáveis deve chegar a US$ 65 bilhões até 2027, um salto de 72% em relação a 2023. Já o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) aponta que o avanço de tecnologias limpas será essencial para que os países atinjam as metas do Acordo de Paris.
Com uma matriz energética majoritariamente renovável e um ecossistema tecnológico em crescimento, o Brasil está em posição privilegiada para se tornar referência em inovação verde. Da digitalização de processos ao uso de equipamentos e IA para prever picos de consumo, as empresas nacionais têm à disposição ferramentas poderosas para unir eficiência, sustentabilidade e competitividade.
Como resume Dal Aba: “A tecnologia deixou de ser um suporte e passou a ser uma aliada essencial da transição climática. Cabe a nós utilizá-la da melhor maneira — porque o planeta não pode esperar”.
Crédito de imagens: Thomas Fuller/SOPA Images/LightRocket via Getty Images, Rafael Guadeluppe/NurPhoto via Getty Images
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