São cinco da manhã em Robertsdale, uma pequena cidade no Alabama. Um garoto de onze anos, um daqueles que parecem "normais demais para serem revolucionários", caminha com uma bolsa pendurada no ombro. Não há plateia, nem aplausos, apenas o barulho de sua bicicleta. Esse garoto se chama Timothy Donald Cook, embora décadas depois seja conhecido simplesmente como Tim Cook.
Muito antes de palestras, apresentações e cifras multimilionárias como CEO da Apple, Cook aprendeu o valor do trabalho constante e da disciplina. Seu primeiro emprego não só lhe permitiu ganhar algum dinheiro, como também compreender a importância do esforço. Qualidades que anos depois seriam aplicadas à empresa californiana.
https://i.blogs.es/cacef5/cook/1366_2000.webp Tim Cook aos 18 anos em uma fotografia de seu anuário
Aos 11 anos, Cook se tornou "entregador de jornais". O trabalho diário consistia em andar pelas ruas e entregar cópias antes do início das aulas, enfrentando chuva, frio ou calor extremo. Apesar da natureza aparentemente simples do trabalho, ele exigia pontualidade e organização, qualidades que mais tarde se refletiriam em seu estilo de liderança na Apple.
Não há números exatos sobre quanto ele ganhava especificamente, mas sabe-se que um entregador de jornais infantil em 1971 ganhava cerca de US$ 100 por semana, o que hoje equivaleria a cerca de US$ 800, ajustado pela inflação (cerca de R$ 4,37 mil). Pode parecer muito, mas é preciso ter em mente que era algo sazonal.
O importante naquele trabalho, como em tantos outros voltados para jovens, era entender a importância do esforço. De trabalhar duro para ganhar dinheiro.
Paradoxalmente, aquele primeiro contato com logística e planejamento, mesmo que em tão pequena escala, acabaria sendo um prelúdio para o que ele faria mais tarde na Apple. A contratação de Cook pela Apple em 1998 respondeu à necessidade de colocá-lo como chefe de operações.
Da distribuição de jornais a ser notado
Após essa experiência, Tim Cook concentrou sua juventude na educação. Estudou engenharia industrial na Universidade de Auburn, desenvolvendo habilidades analíticas que posteriormente aplicaria em sua carreira profissional. Uma formação que também lhe permitiu compreender a eficiência operacional e a otimização de processos.
Seus primeiros empregos na vida adulta foram na IBM e na Compaq, empresas nas quais se consolidou como um dos grandes especialistas em operações e logística do Vale do Silício. Nessas empresas, ascendeu até ser notado pelo próprio Steve Jobs.
Ainda em 1998, Cook chegou à Apple. Na época, porém, não era de forma alguma uma Apple como a atual, mas sim uma empresa à beira da falência após anos de idas e vindas de diferentes CEOs. Jobs tinha acabado de retornar e, em seu esforço para reanimar a empresa, acreditava que Cook era um dos principais nomes. E ele era mesmo.
Além de ser fundamental como vice-presidente de operações, desde 2011 ele é o CEO da Apple, capaz de liderar a empresa para ser a primeira a atingir 3 bilhões de dólares em valor de mercado. Embora o fim de sua carreira esteja mais próximo do que nunca, e apesar da longa sombra de Jobs, o legado de Cook na Apple será o de ter transformado a Apple em uma máquina de precisão.
Via | CNBC
Imagem da capa | Tim Cook e Wikimedia Cominos Yearbook
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