Se tem uma coisa que Donald Trump deixou clara, é que ele não gosta que a Apple fabrique na China nem na Índia — país onde a maioria dos iPhones 17 será montada para os Estados Unidos, para evitar pagar a alta tarifa alfandegária chinesa. Por isso, o fato de a empresa californiana anunciar um acordo com outra empresa da Califórnia é importante, mesmo que envolva “apenas” o fornecimento de ímãs.
Ímãs reciclados feitos nos EUA
Donald Trump pede investimento em solo americano e a Apple atende. A empresa não fabricará os iPhones lá, como o governo exige, já que isso é inviável a curto prazo, mas vai investir 500 milhões de dólares na MP Materials, empresa especializada no fornecimento de ímãs e a única companhia americana a estabelecer uma linha de reciclagem de terras raras na californiana Mountain Pass.
Os ímãs não são necessários apenas em elementos óbvios como o MagSafe dos iPhones, mas também em muitos outros componentes. Eles são especialmente importantes em microfones e alto-falantes, pois ajudam a converter vibrações mecânicas em sinais elétricos (e vice-versa), um princípio básico do funcionamento desses sistemas.
A medida faz parte também do compromisso ambiental da Apple, que afirma que, desde o iPhone 11, todos os seus smartphones são fabricados com materiais 100% reciclados.

Há apenas alguns meses, a Apple anunciou o maior investimento de sua história em solo americano. Trata-se de um projeto de 500 bilhões de dólares, com o qual pretendem criar uma fábrica de semicondutores necessários para seus servidores de Apple Intelligence.
É um plano de longo prazo, que deve gerar emprego para mais de 20 mil pessoas. E, embora a Apple faça esse tipo de investimento a cada quatro anos, não se importou de anunciá-lo no momento exato para que o presidente Trump pudesse reivindicar o mérito. Diz-se também que esse investimento em ímãs faz parte desse plano de 500 bilhões.
A prova de como é complexo fabricar nos EUA
O fato de haver apenas um único fornecedor de terras raras recicladas em todo o país serve como exemplo da dificuldade que a Apple tem para fabricar dispositivos em seu próprio território. O iPhone é um aparelho composto por peças vindas de mais de 40 países, e não há muitos fornecedores para a maioria delas. Além disso, sua importação de outros territórios é complexa.
Outro exemplo recente é o T1, conhecido como Trump Phone, fabricado nos Estados Unidos, que acabou sendo um Android chinês com a carcaça feita “em casa”. Ou o Liberty Phone, que custa quase o dobro de um iPhone, tem especificações inferiores e enfrenta problemas para produção em larga escala.
Imagem | Medhat Dawoud (Unsplash), Wikimedia Commons e Dan Cristian Pădureț (Unsplash)
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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