Se você pensa que a IA é a fórmula perfeita para marketing, o McDonald's prova que você está errado: a reação negativa que se tornou o maior alerta de 2025

Comercial de Natal do McDonald’s vira polêmica ao apostar em inteligência artificial e clima ‘antinatal’

Anúncio de natal do Mcdonalds Holanda. Créditos: McDonald's
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Laura Vieira

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Laura Vieira

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Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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O McDonald’s, a maior rede de fast-food do mundo, entrou no clima natalino de um jeito pouco convencional. No dia 6 de dezembro, a marca divulgou, na Holanda, um comercial de Natal inteiramente produzido com inteligência artificial. Mas o curioso é que o anúncio, na verdade, é “contra o Natal”. O produto foi criado pela agência TBWA\NEBOKO, uma agência de publicidade e marketing, em parceria com a produtora The Sweetshop, e pretendia mostrar o estresse típico do mês dezembro, mas acabou provocando duras críticas online, tanto pela temática do vídeo quanto sobre o uso de IA na publicidade.

Anúncio antinatal criado por inteligência artificial é criticado pelo público 

Apesar de ter apenas 45 segundos, o comercial divulgado pela maior rede de fast-food do mundo rendeu uma onda de críticas negativas na internet. O problema: muitas pessoas sentiram que ele tinha IA demais e humanidade de menos. Rostos distorcidos, animações estranhas e uma estética que os espectadores classificaram como esquisita contribuíram para essa reação negativa.

Outro ponto é que nem todo mundo gostou da ideia de classificar o Natal como a “pior época do ano”, mesmo que de brincadeira. Para parte do público, o comercial é contra o espírito natalino. A releitura da música clássica da época, “It's the Most Wonderful Time of the Year”, de Andy Willians, que significa “É a Época Mais Maravilhosa do Ano”, em português, foi  transformada em uma celebração do caos de dezembro, o que soou para muitos como um “antinatal”.  Veja o vídeo a seguir:

McDonald's has released an AI-generated Christmas ad The studio behind it says they 'hardly slept' for several weeks while writing AI prompts and refining the shots — 'AI didn't make this film. We did' Comments have been turned off on YouTube

[image or embed]

— Culture Crave 🍿 (@culturecrave.co) 8 de dezembro de 2025 às 16:19

Nas redes sociais, comentários foram do sarcasmo ao incômodo. Muitos reclamaram da estética do vídeo gerado por IA, enquanto outros questionaram o tom pessimista da mensagem. A ausência de comentários no YouTube, que foram desativados pelo McDonald’s, só reforçou a percepção de que o comercial não foi recebido exatamente como eles esperavam.

E como se não pudesse piorar, a polêmica aumentou ainda quando os diretores e criadores envolvidos no projeto defenderam que o vídeo não foi feito por IA, mas por uma equipe humana que teria passado semanas trabalhando na sua produção. As declarações, no entanto, viraram piada nas redes sociais e alimentaram ainda mais a crítica ao excesso de tecnologia.

Por que o McDonald 's optou por comercial produzido por IA?

Apesar da repercussão negativa, a equipe envolvida na produção do comercial afirmou nas redes sociais que o uso de IA não foi um truque, e sim uma escolha estratégica. Segundo a TBWA\NEBOKO, a tentativa foi de romper com o padrão dos comerciais natalinos, que normalmente apelam para emoção e tradição.

A decisão também foi influenciada por uma pesquisa realizada pela MediaTest, que mede a audiência de mídia. Ela revelou que dois terços dos consumidores holandeses querem mais tempo para si durante dezembro. A partir disso, o McDonald’s Holanda buscou construir uma narrativa que refletisse esse cansaço coletivo, e oferecer a marca como uma alternativa no meio da correria. A ideia, no entanto, aparentemente não deu certo. 

A produtora The Sweetshop, por outro lado, reforçou que a produção foi dirigida por humanos, mesmo com o uso de ferramentas de IA. Para os diretores, a tecnologia serviu para alcançar o estilo visual pensado para o projeto, mas não como uma substituta da criatividade humana. Mas essa justificativa não convenceu os internautas, que vêem o movimento como mais um passo em direção à substituição de profissionais pela IA.

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