Com o Papa Leão XIV, as portas de uma sala secreta do Vaticano foram reabertas: a quadra de tênis de suas excelências

Quadra de tênis vaticano Leão XVIII. Imagem: NegativeSpace, Wikimedia
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

Com o Papa Leão XIV, surgem aquelas perguntas clássicas que sempre aparecem quando a Igreja elege um novo pontífice. Todo detalhe do passado de Robert Francis Prevost vira notícia, desde suas comidas preferidas até suas posições políticas ou hobbies. Por exemplo, sabia-se que Francisco era apaixonado por futebol e tinha um time "do coração".

Com Leão XIV, a Igreja pode retomar uma antiga tradição em um dos espaços mais desconhecidos e secretos do Vaticano: o tênis.

O velho amigo de Chiclayo

Embora tenha nascido em Chicago, o novo pontífice foi recebido com alegria e carinho na cidade peruana de Chiclayo, onde deixou uma marca profunda durante quase quatro décadas de serviço pastoral. Segundo a Reuters, Robert Prevost chegou à região em 1985, ainda jovem missionário, para atuar em uma das áreas mais humildes do norte do país. Em 2015, foi nomeado bispo de Chiclayo e recebeu a cidadania peruana.

Os moradores de Chiclayo não o lembram com roupas extravagantes ou com grandes protocolos, mas ao volante de uma caminhonete branca, percorrendo ruas alagadas nas chuvas sazonais, distribuindo alimentos, carregando cilindros de oxigênio durante a pandemia e visitando fiéis a pé, sem motorista ou comitiva.

Foi ali que ele revelou algumas de suas grandes paixões: o tênis e a música. Era comum vê-lo jogando no mosteiro de Santo Toribio de Mogrovejo.

Em sua nova residência, também há uma quadra de tênis à espera.

A raquete do Vaticano

Como destacou esta semana o The Athletic, com o novo Papa não se abre apenas um novo capítulo para a Igreja Católica, mas também vem à tona um detalhe curioso e pouco conhecido do coração do Vaticano: a existência de uma quadra de tênis discretamente escondida atrás dos muros do menor Estado do mundo.

Embora não seja visível da rua, a quadra pode ser identificada por uma rede protetora que se destaca acima das muralhas, perto do Museu do Vaticano.

Trata-se de uma quadra de saibro vermelho, construída no canto norte do enclave papal, que há décadas é um espaço reservado para o lazer de cardeais, membros da Guarda Suíça e, mais recentemente, funcionários do Vaticano e seus filhos.

A quadra e a tradição

Embora sua existência seja desconhecida até mesmo para muitos observadores assíduos da Santa Sé, imagens de satélite e arquivos do Conselho Pontifício para os Leigos mostram que esse espaço esportivo teve um passado mais ativo. Nos anos 70, viveu sua era dourada com torneios que incluíam futuros cardeais, como Giovanni Battista Re e o jesuíta Roberto Tucci.

A tradição entrou em declínio quando a quadra foi aberta para funcionários leigos e seus filhos — jovens bem mais ágeis que os prelados —, o que acabou levando ao fim do torneio, que só voltou timidamente em 2008. Em outras palavras, suas excelências não gostavam de perder nem no tênis.

O Papa tenista

Como mencionamos, o novo pontífice não se limita à solenidade institucional. Ele já se apresentou como um verdadeiro entusiasta do tênis. Em uma entrevista ao site da Ordem de Santo Agostinho, Prevost se descreveu como “um verdadeiro fã de tênis” e confessou que, depois de sua fase missionária no Peru, teve poucas oportunidades de praticar, mas espera ansiosamente voltar a empunhar a raquete.

Apenas mais um fã

Em tom descontraído, brincou sobre sua lealdade ao Chicago White Sox no beisebol, comparando essa paixão com sua vocação pela temperança e perseverança. Também fez questão de negar os rumores de que seria fã de Carlos Alcaraz, para alívio dos italianos devotos de Jannik Sinner.

Agora encarne uma das figuras mais solenes do planeta, sua paixão pelo tênis o conecta a uma dimensão mais humana e contemporânea, distante dos rígidos protocolos do Vaticano.

Segredos e tradição

Embora possa parecer um detalhe menor no contexto de um novo papado, o Times destacou que a descoberta do lado esportivo do novo pontífice e a existência de uma quadra de tênis no coração do Vaticano oferecem uma visão inesperada sobre os aspectos mais cotidianos e surpreendentes da vida papal.

A existência dessa quadra, que, como mencionamos, é desconhecida até mesmo por membros da Federação Italiana de Tênis e parte do clero, confirma que os muros do Vaticano ainda guardam segredos e tradições que escapam ao olhar do público.

E um detalhe importante: atualmente, nenhum membro da Guarda Suíça pratica o esporte, o que pode facilitar o caminho para o Papa caso ele decida relançar um torneio amistoso.

Agora, encontrar adversários à altura já pode ser outra história...

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